CDS acusa Governo de omissão: devia ter sido mais firme "antes dos incidentes serem diários"
Nuno Magalhães critica a atitude do Governo perante os recentes incidentes na periferia. Nestas jornadas já em clima de campanha para as europeias, o CDS não hostiliza o PSD, mas garante que um voto no CDS não viabiliza Costa.
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"Quem olha muito para o lado ou para trás, normalmente tem acidentes porque não olha para a frente" - a metáfora utilizada por Nuno Magalhães, em entrevista à TSF, visa mostrar o empenho que o CDS coloca em "estar um passo à frente" nas eleições marcadas para este ano. O grande objetivo é "ter o maior número possível" entre os 116 deputados que podem formar uma maioria de centro direita.
As Jornadas Parlamentares do CDS decorrem em Braga, distrito onde o partido "tem muita tradição" e onde elegeu, em 2015, três deputados em coligação com o PSD.
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Existe, por isso, uma intenção clara de não hostilizar o PSD, "um partido próximo, com o qual o CDS se entende e não tem problemas nenhuns em tirar fotografia, ao contrário de outros", ironiza Nuno Magalhães.
Mas também fica um recado clarificador: "Quem votar no CDS não estará indiretamente a votar no Dr. António Costa. Não será um voto para viabilizar o Governo de António Costa", vinca o líder parlamentar do CDS. Questionado sobre se gostava de ver essa clarificação por parte do PSD, Nuno Magalhães remete a resposta para os social-democratas e garante que, "por parte do CDS, as coisas estão claras".
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As primeiras eleições são as europeias e o líder parlamentar do CDS assume que o partido "já está em campanha". Nas Jornadas Parlamentares que vão decorrer esta segunda e terça-feira em Braga, o CDS dá palco a Nuno Melo, cabeça de lista e recandidato a um lugar no Parlamento Europeu, e ao número dois da lista, Pedro Mota Soares, num debate sobre os fundos de coesão, agendado para a tarde de hoje.
Na agenda está também um almoço-debate sobre o artigo 13.º da Diretiva Europeia dos Direitos de Autor, que prevê o uso de filtros automáticos que bloqueiam previamente as publicações cujos conteúdos violem os direitos de autor.
O CDS convidou "youtubers", que não puderam estar fisicamente presentes, mas Nuno Magalhães adianta que, "graças às novas tecnologias", poderá haver "uma surpresa" na conversa que conta também com a presença da representante da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Colares Alves, e de João Salcedo, dos Azeitonas.
(In)Segurança interna?
Desde sempre uma bandeira do CDS, o tema da Segurança também marca presença nestas Jornadas Parlamentares, num debate para o qual foram convidados José Manuel Moura, especialista em proteção civil, José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, e Carlos Anjos, antigo inspetor da Polícia Judiciária.
Nuno Magalhães critica o Governo por não ter assumido desde cedo uma posição mais firme "antes dos incidentes serem diários". "O Governo tem sido omisso o que é uma forma de irresponsabilidade", acusa o dirigente centrista, que critica ainda "declarações incendiárias" de outros setores, numa crítica à posição assumida por vozes do Bloco de Esquerda nos recentes incidentes no bairro da Jamaica.
"Há algum tempo que o CDS vinha alertando que haviam determinadas bolsas em Lisboa, Setúbal e Porto onde se via um sentimento de impunidade, a exclusão social e eventuais dificuldades económicas", afirma Nuno Magalhães, registando ainda assim que "Portugal é um país seguro e assim deve continuar".
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Os trabalhos encerram na terça-feira, com a intervenção da Presidente do CDS, Assunção Cristas.