“O Jerónimo, o que é feito dele?” Num dia de regressos, Raimundo também foi ao passado
Se Passos Coelho apareceu na noite laranja, também Jerónimo de Sousa foi lembrado pelos comunistas.
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O dia de campanha fica marcado pelo regresso de Pedro Passos Coelho, mas para Paulo Raimundo não é mais do que “um regresso ao passado”. Numa arruada, em Alverca, o secretário-geral do PCP foi também questionado por um popular sobre um antigo líder.
Debaixo de uma intensa chuva, que acompanhou grande parte do percurso, Paulo Raimundo falou aos jornalistas e não fugiu à questão sobre o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, num regresso que deixa “às claras” o objetivo da direita.
“É um bom exemplo do que tinha dito: acho bem que participe, ao menos assim fica claro para onde nos querem levar outra vez o PSD, o Chega, o CDS e a Iniciativa Liberal. Ao menos fica claro”, atirou.
As sondagens não são animadoras para os comunistas, mas Paulo Raimundo continua confiante num bom resultado, numa altura em que o contacto com os populares marcará o dia-a-dia da campanha eleitoral. Há três objetivos que Raimundo traça para 10 de março: derrotar a direita, uma maioria PS e as sondagens.
“Há três coisas que quero derrotar nestas eleições: o regresso ao passado e aos tempos sombrios da troika, o PS, que quanto mais força tem menos responde aos problemas das pessoas, e as sondagens. Cá estaremos também para derrotar as sondagens e depois logo veremos na noite de dia 10”, disse.
“É melhor o Jerónimo do que o Passos Coelho, não é?”
Numa arruada que contou com cerca de 50 apoiantes, que agitaram bandeiras vermelhas, verdes e azuis, Paulo Raimundo foi entrando em vários cafés para colocar em dia a conversa “com o povo”. E se Passos Coelho apareceu na noite laranja, também Jerónimo de Sousa foi lembrado pelos comunistas.
“O Jerónimo, o que é feito dele?”, perguntou um popular a Paulo Raimundo. “Está aí, na estrada, está rijo”, respondeu o líder comunista.
O popular lamenta que “nunca mais tenha ouvido falar dele”, desde que Jerónimo de Sousa passou o testemunho a Raimundo, e confessa que “pensava que estava internado” porque “já tem uns aninhos”.
Raimundo garante que “ainda se vão cruzar por aí”, durante a campanha eleitoral, e não resistiu em fazer a comparação com Pedro Passos Coelho: “Olhe, é melhor o Jerónimo do que o Passos Coelho, não é?”.
A arruada terminou com um pequeno comício, com um discurso de Paulo Raimundo, antes de mais uma viagem de campanha para a Marinha Grande. O comício terminou com o “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, que encerrará todas as ações do partido para assinalar os 50 anos do 25 de Abril.