"O mais natural é que todos queiram eleições." Representante da República na Madeira vai ouvir partidos na quinta-feira
"Se todos me disserem que querem eleições, vou pedir uma audiência ao senhor Presidente da República para comunicar que não há hipótese de haver um governo no quadro desta legislatura", disse Ireneu Barreto
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O representante da República na Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto, anunciou esta segunda-feira que vai receber os partidos na quinta-feira, "por ordem decrescente de importância", na sequência da moção de censura ao governo de Miguel Albuquerque aprovada na Assembleia Regional.
"O mais natural é que me digam que todos querem eleições. Portanto, se todos me disserem que querem eleições, vou pedir uma audiência ao senhor Presidente da República para comunicar que não há hipótese de haver um governo no quadro desta legislatura", disse o representante da República aos jornalistas.
Ireneu Barreto assume-se preocupado: "Evidentemente que sim, porque a região precisa de estabilidade. Lamento que não se consiga encontrar na região uma solução governativa que dê estabilidade."
O representante da República na Madeira teme que a situação política na região autónoma se agrave ainda mais nos próximos meses.
"Se houver eleições, confesso que não sei se vamos ter estabilidade. Isso é que me preocupa, mais do que a situação atual. A situação atual é natural em democracia, moções de confiança, moções de censura. Tivemos isso em França, tivemos ontem na Alemanha, porque isso é democracia a funcionar. É saudável até que haja de vez em quando atos desta natureza porque motivam os partidos a olharem de perto para a situação em que se encontra na região. O meu medo e o meu receio é o que vem a seguir", afirma.
Ireneu Barreto pede que os partidos se entendam: "Depois das próximas eleições, se houver eleições, os partidos têm que se entender. Tem que haver uma espécie do que chamaria - não gosto de chamar nomes às coisas -, mas tem que haver um consenso para que se possa governar a região. A região não pode andar de três em três meses ou de seis em seis meses a ter governos de gestão."