Os mandatos de Cavaco Silva analisados na TSF por Alfredo Barroso, antigo chefe da casa civil de Mário Soares e Joaquim Aguiar, ex-assessor político de Eanes.
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Alfredo Barroso considera que Cavaco Silva não foi um bom presidente. O antigo chefe da casa civil de Mário Soares acusa Cavaco de ter sido "talvez o pior presidente desde o 25 de Abril" que quis agradar "apenas àqueles que o elegeram e sobretudo, entre esses, aos empresários, ao patronato".
Durante os dois mandatos em Belém, Cavaco Silva "provou que não era um homem para as circunstâncias difíceis, porque estava habituado a governar, estava habituado a exercer funções políticas, quer como ministro das finanças de Sá Carneiro quer como primeiro-ministro durante dez anos em circunstância muito favoráveis".
Alfredo Barroso lembra ainda que enquanto foi primeiro-ministro "beneficiou da integração de Portugal na CEE dos fundos comunitários".
Mais moderado na avaliação que faz de Cavaco Silva enquanto presidente é Joaquim Aguiar. O antigo assessor político de Ramalho Eanes e de Mário Soares diz que Cavaco assumiu "inteiramente essa responsabilidade em todas as circunstâncias e por isso é que uma das técnicas repetitivas do discurso de Cavaco Silva é dizer: eu avisei".
Na opinião de Joaquim Aguiar "é o futuro que há de fazer a moldura dos dois mandatos presidenciais, do mesmo modo que o futuro também há de fazer a moldura das duas maiorias absolutas como primeiro-ministro, nem lhe faltou heterodoxia, nem coragem", sublinha.
A TSF perguntou a Alfredo Barroso e a Joaquim Aguiar como perspetivam a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa.
Os dois acreditam num bom mandato mas apresentam algumas reservas.