"O Presidente fica muito depressivo se não aparecer nos telejornais todos os dias"
Carlos Carvalhas não poupa nas críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, pela proposta de lei que fez ao Governo. O ex-secretário-geral do PCP acusa o Presidente de "ânsia de protagonismo."
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"Inaceitável". É assim que Carvalhas abre e fecha a reação à iniciativa presidencial de elaborar uma proposta de lei que regule as nomeações familiares para o Palácio de Belém. O ex-secretário-geral do PCP avisa que "esta intervenção é perigosa para o país, para a democracia e até para o próprio Presidente da República" e considera-a uma "intromissão nítida de um órgão de soberania noutro órgão de soberania."
No programa Pares da República , da TSF, Carlos Carvalhas carrega nas tintas e aponta a Marcelo "uma grande ânsia de protagonismo. Eu crio que este Presidente fica muito depressivo se não aparecer todos os dias nos telejornais". O comunista está convencido que "alguém tem que lhe dizer que há limites" e que o Presidente tem um padrão de comportamento de ser sempre "o contra ponto ao Governo".
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"Presidente foi longe de mais"
À direita, as críticas são mais suaves, mas mantém-se. José Ribeiro e Castro não está "de acordo com o Presidente da República", sobretudo na medida em que considera o problema das nomeações familiares "ético e de natureza política". O ex-presidente do CDS está convencido que Marcelo "vai um pouco longe de mais quando apresenta um projeto de lei" já que, com isso, está a provocar uma "modificação do perfil que o Presidente da República tem no pacto constitucional do processo legislativo".
Ribeiro e Castro lembra que o Presidente "não tem iniciativa legislativa", logo "não tem o poder de dar orientações políticas ao governo." O centrista sugere, por isso, que Marcelo se guarde "para aquilo que é o seu momento final:a promulgação ou o veto."