“O primeiro-ministro fez-se ao penálti." PS recusa “plebiscito” ao Governo e lembra que previsões da AD “falharam”
Alexandra Leitão insiste que Luís Montenegro foi o responsável pela crise política por avançar com uma moção de confiança, mesmo tendo sido avisado pelo PS de que nunca a viabilizaria
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No programa da TSF Conselho de Líderes, Alexandra Leitão fala num “historial de engano” nas previsões económicas da AD e insiste que o valor das propostas do PS “é sensivelmente o mesmo do que aquele que resultará de uma descida de IRC".
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Apostada em contrariar a tese da AD de que o programa eleitoral do PS representa um passo para o regresso ao défice nas contas, Alexandra Leitão lembra que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental "estima que cada descida de um ponto de IRC custa 420 milhões de euros”.
“O valor que no cenário macroeconómico do Partido Socialista se prevê gastar é sensivelmente o mesmo que aquele que resultará da descida de IRC e que a AD previa no seu programa eleitoral, e que vamos ver se no programa eleitoral da próxima sexta-feira mantém ou não,” afirma a líder parlamentar socialista, que aproveita para mostrar desconfiança face às palavras de Hugo Soares, também no programa Conselho de Líderes, sobre a não previsão de défice no programa eleitoral da AD.
“Confesso que o que está previsto, ou o que virá a estar previsto, no cenário macroeconómico da AD agora para 2025, diz-me pouco, tendo em conta o historial de engano nesse cenário que tiveram em 2024,” afirma Alexandra Leitão citando, como exemplo, a previsão feita em fevereiro de 2024 de um crescimento da economia de 2,9%, que depois seria revisto em baixa na proposta de Orçamento para 2025, para 1,95%.
Sobre a origem da crise política, Alexandra Leitão insiste na acusação de que foi Luís Montenegro o responsável ao avançar com uma moção de confiança, mesmo tendo sido avisado pelo PS de que nunca a viabilizaria.
A apresentação de uma moção de confiança, das duas uma, ou tem o seu quê de provocatório, ou tem o seu quê de fazer-se ao penálti, como que se costuma dizer em gíria futebolista. Ou seja, o Governo quis ir para eleições, Assumam! Aliás, o primeiro-ministro já assumiu, numa entrevista a um programa de entretenimento que preferia ir a eleições e resolver isto em dois meses.
Depois de ouvir Hugo Soares na TSF a fazer votos de que a eleição de 18 de maio seja “um plebiscito à situação do Governo e do primeiro-ministro,” a dirigente socialista recusa a expressão, lembrando que “em democracia se fazem opções.”