"O tema é sério." Nuno Melo já pediu documentação sobre empresa autorizada a vender armas na Madeira
O ministro garantiu que vai averiguar o caso ocorrido no Governo anterior
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O ministro da Defesa, Nuno Melo, já pediu documentação sobre a empresa Softbox Madeira, a quem foi dada autorização de venda de armas na Zona Franca da Madeira. Questionado pelo Bloco de Esquerda sobre uma notícia do jornal Correio da Manhã, Nuno Melo garantiu que vai averiguar o caso ocorrido no Governo anterior.
"Não lavo sentenças sem conhecer os factos sobre ninguém. Já solicitei todos os documentos e todo o processo relativamente a esta empresa, que vou querer conhecer com minúcia e depois sobre ele poder fazer juízo, mais que não seja dar uma opinião. O tema é sério, obviamente, mas sendo sério exige que sobre ele as opiniões sejam fundamentadas e não estou em condições neste momento, porque não tive oportunidade de avaliar o processo com essa minúcia, de responder sobre o que me questiona, que eu entendo que é legítimo e tanto é legítimo que vou querer apurar enquanto ministro da Defesa", garantiu Nuno Melo.
Nesta audição no Parlamento, o ministro da Defesa prometeu apresentar medidas para dignificar as Forças Armadas, nomeadamente no que diz respeito às remunerações e suplementos, mas disse aos deputados que primeiro quer falar com as chefias militares.
"Há um conjunto de medidas muito importantes que o Ministério da Defesa tem neste momento em cima da mesa e sobre as quais está a trabalhar relativamente a múltiplos aspetos sobre os quais discutirá primeiro com os chefes militares e depois aqui trará. Isso vale para tudo aquilo que tem que ver com a componente de salário, como vale para a componente dos diferentes suplementos. Teremos, espero bem senhor deputado, muitas oportunidades de falar sobre isso, porque isso realmente é muito importante no que tem que ver com as Forças Armadas, mas tenho a certeza que o senhor deputado é dos primeiros a compreender que estas regras básicas de institucionalismo são para cumprir porque são também importantes. Primeiro ouço as chefias militares e depois transmitirei aos senhores deputados porque, de facto, sou o ministro da Defesa Nacional", explicou o ministro.
Nuno Melo foi chamado ao Parlamento por causa das declarações feitas a propósito do serviço militar obrigatório como possibilidade para jovens delinquentese garantiu que não avançou com qualquer proposta concreta. Tratou-se apenas de uma opinião, mas citou casos de vários países onde foram adotadas soluções semelhantes.
"Convinha que soubesse que aquilo que foi tido naquela minha pergunta retórica, aquilo que foi tido no limite da minha opinião, acontece no resto do mundo nos principais países nossos aliados, da NATO, sem serem da NATO, com governos de direita, com governos de esquerda, do hemisfério norte e do hemisfério sul. E se passar depois para um outro patamar, que é o dos países anglo saxónicos, então verá aí uma expressão um bocadinho, eu diria mais musculada, pela qual as forças armadas intervêm com grande sucesso na formação e na reabilitação de jovens que na opção entre atingirem uma carreira de crime ou serem resgatados para a sociedade acabam em todos os estudos resgatados para a sociedade", exemplificou.
Questionado também sobre algumas gafes recentes, Nuno Melo admitiu que se engana e vai voltar a enganar-se porque é um mero mortal e optou pela ironia.
"Quanto aos momentos infelizes e o Atlético Norte, o Atlântico Norte, o 1938 ou o 1838 e eu que até sou católico, bem sei que o santo Papa tem o dom da infalibilidade. Eu às vezes engano-me, às vezes troco uma outra palavra. Já me aconteceu no passado e lhe garanto que já aconteceu no futuro, na minha condição de mortal que às vezes falha e que uma outra vez troca palavras. A próxima vez que me acontecer não leve isso muito a peito", ironizou Nuno Melo.