Observatório apela a Marcelo que promova "pacto de regime" para responder às forças de segurança
Hugo Costeira defende na TSF que o Presidente da República tem "quase" uma obrigação constitucional de reunir à mesa de negociações o Governo, os partidos, as direções das polícias e os sindicatos para acudir às exigências. Caso contrário, a frustração pode ser "tomada por ações mais extremistas".
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O presidente do Observatório de Segurança Interna (OSI) apelou esta terça-feira ao Presidente da República que reúna, na mesma mesa negocial, o Governo, os líderes partidários, as direções das polícias e os representantes sindicais para encontrar uma resposta às exigências das forças de segurança através de um "pacto de regime".
Em declarações à TSF, Hugo Costeira defende que o chefe de Estado “tem constitucionalmente o dever de criar, quase, metas para aquele que possa ser o próximo Governo”, apontando desde já a um compromisso "em que os polícias tenham a certeza que as suas pretensões mais do que justas serão atendidas num espaço de tempo curto”.
Questionado sobre se a ideia é vincular o próximo Governo, Costeira confirma e insiste na necessidade de Marcelo Rebelo de Sousa desempenhar um papel ativo, mas também as associações sindicais e os comandos das forças de segurança.
Nesta senda, o líder do OSI vinca a necessidade de um “pacto de regime, claramente um pacto de regime, porque as nossas forças de segurança merecem esta atenção e este compromisso” para evitar que caiam num "limbo” e que a "frustração seja facilmente tomada por ações mais extremistas que os leve a perder a razão quando eles têm toda a razão”.
Costeira admite também que, se não for organizado um encontro com estes objetivos, o país continuará a assistir a "situações extremadas que não ajudam ninguém e que até são contraproducentes para aquela que é a missão da polícia, a imagem do país e a nossa segurança”.
“Eu sou apologista do diálogo e gostava que tivéssemos aqui uma imagem de capacete azul e que realmente estas pessoas se sentassem e negociassem, porque isto faz parte da responsabilidade básica política”, defendeu.
Contactada pela TSF, fonte de Belém confirmou que este apelo do OSI foi recebido e seguirá agora o caminho próprio.
No sábado, e segundo a direção nacional PSP, "um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica", o que levou ao adiamento do jogo de futebol Famalicão-Sporting, depois de os responsáveis terem concluído que não existiam condições de segurança.
Na sequência do que se passou, o ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito urgente, por parte da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), sobre os acontecimentos recentes, "em especial os que se reportam a generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por polícias".
No domingo, outros jogos da II Liga de Futebol foram adiados por falta de policiamento.
Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há quatro semanas em protestos na sequência da iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.