Primeiro-ministro considera "justo" repor "normalidade" no aumento dos salários
António Costa explica que há uma margem de mais e 50 milhões de euros que pode ser alocada para repor a "normalidade" no aumento dos salários da Função Pública
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O primeiro-ministro, António Costa, considerou este domingo "justo" repor a "normalidade" no aumento dos salários da função pública, depois de terem sido descongeladas as carreiras.
Questionado sobre o tema à chegada à Golegã, para participar numa homenagem a José Saramago, no âmbito dos 20 anos da conquista do Prémio Nobel da Literatura, o primeiro-ministro revelou que "sem mais nenhuma medida" já estará inscrito no Orçamento do Estado "necessariamente um aumento de 3,1% do valor da massa salarial, que são mais 750 milhões de euros".
O chefe do Governo explicou que, além dos 750 milhões de euros, existe "uma margem de mais 50 milhões de euros, que é possível alocar a este objetivo".
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"Temos sempre de fazer opções quando elaboramos um Orçamento. Obviamente, esses 50 milhões de euros poderão ser canalizados para outros fins e não faltam necessidades no país", afirmou, considerando, contudo, que é no aumento dos salários que o Governo quer apostar.
"Consideramos que, depois de termos reposto os cortes nos vencimentos, depois de termos reposto o horário e de termos descongelado as carreiras, é altura de os funcionários públicos passarem a ter também a normalidade que qualquer trabalhador deve ter de anualmente os salários poderem ser revistos, designadamente em função da inflação", disse António Costa.
"A margem não é muita", mas "é um primeiro passo para restabelecer essa normalidade", afirmou António Costa.
Nesse sentido, têm sido apresentados aos sindicatos "cenários vários" de como a verba pode ser utilizada. "Isso é um trabalho que estamos a negociar com os sindicatos e espero que haja um acordo, se for possível, porque era justo para com a nossa administração dar mais este passo no restabelecimento da normalidade", reforçou o primeiro-ministro.
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"Se dermos o mesmo a todos, é pouco para cada um, sobretudo para aqueles onde se justificaria haver um aumento. Temos outros cenários onde há aumentos diferenciados, reforçando mais quem tem um vencimento inferior. É por isso que se tem falado de aumento de 50 euros, para quem tem hoje a ganhar o salário mínimo nacional. Ainda são umas largas dezenas de milhares de funcionários", concretizou.