Oficiais elogiam "carreira longa" do novo líder da Marinha, mas alertam para falta de recursos humanos
Gouveia e Melo sem "registo negativo" junto dos Associação dos Oficiais, mas reconhecem-lhe, em declarações à TSF, um "pendor muito mais forte às questões relacionadas com o material, quando uma organização não funciona, em caso algum, sem pessoas"
Corpo do artigo
A Associação dos Oficiais destaca a "carreira longa, com enorme experiência" de Jorge Nobre de Sousa, que irá assumir as funções de chefe do Estado-Maior da Armada, em substituição a Henrique Gouveia e Melo. Rodrigo Marques alerta contudo para a necessidade de garantir a "dignificação da condição militar" e a resolução das "dificuldades de recrutamento e retenção de militares".
O vice-almirante integrou inúmeras missões ao longo da sua carreira, nomeadamente da NATO, e exerceu várias funções, entre elas, a de subchefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, comandante naval, chefe do Estado-Maior do Comando Naval, prestou serviço na Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada e foi também comandante do Corpo de Fuzileiros.
O líder da Associação dos Oficiais, Rodrigo Marques, destaca por isso, em declarações à TSF, que os "atributos e virtudes" de Jorge Nobre de Sousa são já "conhecidos".
"É um militar com uma carreira longa, com enorme experiência, em particular na área operacional. Tem um sentido apurado sobre aquilo que devem ser as necessidades da missão da Marinha e tudo o que a possa suportar em prol de dois objetivos", aponta.
Rodrigo Marques identifica assim os dois grandes objetivos a atingir na Marinha, que passam sobretudo pela "dignificação da condição militar e dos direitos que lhe estão subjacentes" e pela resolução das "dificuldades de recrutamento e retenção de militares nas Forças Armadas". Este último, diz, é um problema que tem sido motivo de "preocupação" por parte do "poder político".
Já ao contrário da Associação Nacional de Sargentos, que em declarações à TSF avaliou de forma "negativa" o mandato de Gouveia e Melo, Rodrigo Marques assegura esta ideia não é defendida pelos oficiais, apesar de reconhecer um "pendor muito mais forte às questões relacionadas com o material, quando uma organização não funciona, em caso algum, sem pessoas".
"O mandato do almirante Gouveia e Melo não tem aqui registo negativo relativamente àquilo que foi a sua ação", vinca.
A Presidência da República anunciou na terça-feira que o vice-almirante Jorge Manuel Nobre de Sousa vai ser o novo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) e tomará posse na sexta-feira às 12h00.
Jorge Manuel Nobre de Sousa assumiu o cargo de 2.º Comandante Operacional das Forças Armadas em julho de 2022, e dirige o Comando Conjunto para as Operações Militares.
Nascido em 1963, ingressou na Escola Naval em 1981, e foi promovido a aspirante em 1987.
Já recebeu várias condecorações, tendo sido agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis, em 2009, que se destina a premiar altos serviços militares.
