O primeiro-ministro, António Costa, disse ter "esperança" de que, ainda hoje, surjam propostas para o Banif que dispensem a necessidade de um Orçamento de Estado retificativo para 2015.
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O primeiro-ministro disse aos jornalistas, no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, em Bruxelas que "termina hoje às 20:00 o prazo para apresentação de propostas vinculativas sobre ofertas de montante do Banif", pelo que, até essa hora não pode excluir a necessidade de um orçamento retificativo.
António Costa adiantou que "depois das 20:00 de hoje veremos". A "esperança" do chefe do governo é de que surjam propostas que dispensem um orçamento retificativo até final do ano.
Questionado se a questão do Banif foi abordada durante esta sua deslocação a Bruxelas para a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) que decorreu entre quinta-feira e hoje, António Costa respondeu: "claro que à margem do Conselho" teve oportunidade de se encontrar com responsáveis das diferentes instituições, designadamente o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, do Conselho Europeu, Donald Tusk, e também com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Drgahi, com quem, apontou, o ministro das Finanças, Mário Centeno, também se reuniu na véspera, em Frankfurt.
"Portanto, temos neste momento a estratégia de intervenção que venha a ser necessário fazer relativamente ao sistema bancário perfeitamente alinhada com as orientações do BCE, e podemos também contar com o seu apoio para medidas que tenham que vir a ser tomadas", disse.
Já sobre o risco de Portugal falhar a meta de um défice abaixo dos 3% se for necessário intervir na questão do Banif, o primeiro-ministro lembrou que "é entendimento da Comissão Europeia que as despesas relativas ao fortalecimento do sistema das aplicações financeiras neste quadro não têm sido consideradas relevantes para o procedimento de défice excessivo", o que levou, por exemplo, a que "o aumento muito significativo" do défice de 2014, devido à intervenção no Novo Banco, não tenha sido "tido em conta para a avaliação do cumprimento das regras para efeito do procedimento por défice excessivo".