No encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, Carlos César, líder parlamentar, disse que os socialistas "não andam no mercado" à procura de aliados, mas em diálogos "com todos os que o aceitem".
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António Costa diz que que já escolheu o "caminho" e a "companhia", e que é com o apoio de BE, PCP e "Os Verdes" que o Executivo socialista quer manter aqueles resultados com os quais "todos estamos genericamente satisfeitos". No encerramento das jornadas parlamentares do PS, Carlos César não se opôs ao primeiro-ministro e secretário-geral do partido, mas não foi tão longe na aproximação à restante esquerda parlamentar.
"Os compromissos são feitos com quem os quer e pode assumir, e não necessariamente com quem queremos que os assumam. Sabemos, por isso, que, independentemente da nossa vontade, nuns casos serão conseguidos com uns e noutros casos com outros", afirmou César, numa declaração que foi aplaudida por vários deputados socialistas.
É desta forma que o líder parlamentar do PS olha para futuras aproximações, num momento em que, após a eleição de Rui Rio como líder do PSD, o bloco central entre socialistas e social-democratas tem sido um dos temas em destaque - com direito a avisos por parte de PCP e BE. Contudo, o líder da bancada garante que o PS não está no "mercado".
"O PS não anda no mercado partidário à procura de novos aliados, mas em diálogo com todos os que o aceitem", sublinhou.
Segundo Carlos César, o "diálogo" deve ser feito sem exceções e em prol do "interesse nacional e do benefício dos portugueses", com o líder parlamentar a apontar algumas áreas nas quais os socialistas querem chegar a entendimentos.
"Das questões da transparência às da descentralização, das alterações no sistema de justiça à preparação do quadro financeiro europeu pós-2020, de casos mais relevantes das nossas relações externas a reformas como a da União Económica e Monetária", disse, salientando que, em todos estes campos, são "indispensáveis esforços de aproximação de perspetivas entre os partidos políticos, entre todos os partidos políticos", insistiu, afirmando que a "pluralidade própria" da democracia "não pode nem deve ser prejudicada por consensos quase totalitários".
Ainda a propósito da discussão do quadro comunitário de apoio para o período pós-2020, Carlos César adiantou que o PS vai avançar com a proposta de criação de uma Comissão Eventual para o Acompanhamento do processo. Os socialistas marcaram para esta quinta-feira uma interpelação ao Governo sobre o tema.