"Os Verdes" querem olivais intensivos sem apoios públicos e longe das populações
Além das intenções em relação às plantações de oliveiras, o partido quer também uma reavaliação da estratégia da ferrovia na região alentejana.
Corpo do artigo
O Partido Ecologista "Os Verdes" vai apresentar projetos de lei para impedir a atribuição de apoios e ajudas públicas às culturas de olival intensivo e criar um distanciamento mínimo em relação a zonas habitacionais.
As iniciativas foram anunciadas esta terça-feira pela líder parlamentar ecologista, Heloísa Apolónia, no final das jornadas parlamentares do partido, que decorreram, durante dois dias, no distrito de Beja.
"É preciso tomar medidas para travar a expansão da praga que se tornou o olival intensivo e superintensivo e também outras culturas intensivas", afirmou a presidente do grupo parlamentar do PEV, em declarações à agência Lusa.
TSF\audio\2019\04\noticias\09\11_roberto_dores_verdes_em_beja_contra_intensivo
A deputada ecologista indicou que um dos projetos de lei, a apresentar pelo partido na Assembleia da República (AR), pretende que os "olivais intensivos e superintensivos deixem de ter apoios públicos e ajudas públicas".
"Não é correto que tenham acesso a medidas agroambientais, onde podem ter ajudas à produção, quando estamos a falar de uma produção insustentável", vincou Heloísa Apolónia, defendendo que os apoios públicos devem estar direcionados para "culturas sustentáveis e que promovam a sustentabilidade do território".
As culturas intensivas, alertou, implicam "um enorme gasto de água, problemas muito sérios com a utilização dos pesticidas e herbicidas ao nível da afetação direta da saúde das populações e da contaminação de linhas de água e de solos".
A líder parlamentar do PEV adiantou que o partido vai avançar com um segundo projeto de lei para criar "um distanciamento mínimo" das culturas intensivas em relação às zonas habitacionais e a outros equipamentos, como escolas.
"Não é sustentável que existam olivais intensivos e superintensivos às portas de casas das pessoas com a utilização de pesticidas", advertiu, considerando que a medida permitiria "proteger a saúde pública".
Heloísa Apolónia notou que "ficou bem patente", durante as jornadas parlamentares, após contactos com entidades, associações e populações, que existe "uma carência efetiva de fiscalização às práticas que são utilizadas nas culturas intensivas".
"Os organismos públicos competentes devem colocar-se no terreno, a fiscalizar estas práticas, porque isto está a tornar-se uma verdadeira praga descontrolada e é importante fiscalizar e inspecionar a utilização de pesticidas e herbicidas", disse.
PEV quer maior integração do Alentejo na estratégia nacional para a ferrovia
Quanto à ferrovia, o presidente do Grupo Parlamentar do PEV indicou que o partido vai "marcar, para agendamento no mês de maio, uma interpelação ao Governo", no plenário da AR, com a presença do ministro do Planeamento, para debater "a verdadeira estratégia para a Rede Ferroviária Nacional".
A líder parlamentar ecologista exigiu a "eletrificação e modernização total" do troço Casa Branca-Beja, para promover a ligação a Lisboa e a Évora, e a criação da ligação Beja-Funcheira, com a correspondente ligação das linhas do Alentejo e do Sul.