De saída do Comité Central, mais de 40 anos depois, o histórico militante não esconde que o PCP tem o objetivo de "assumir posições de Governo e de poder".
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"Tal como o anterior Governo desapareceu fruto do descontentamento popular e da luta que se desenvolveu, outras correlações de forças se poderão criar e o nosso partido assumir posições de governo e de poder que são, naturalmente, o seu objetivo como partido político", diz, em entrevista à TSF, Albano Nunes.
No último dia como membro do Comité Central do PCP - do qual fez parte durante mais de quatro décadas, -, o histórico dirigente comunista sublinha que o PS "não dá mostras de arrepiar caminho" face aos "constrangimentos da União Europeia e do Euro e às imposições grande capital", e defende, por isso, que em relação ao futuro da solução governativa só há uma resposta: "Veremos".
Reforçando também a ideia de que é necessária a "convergência dos democratas e dos patriotas", o dirigente diz ainda que "cabe ao povo português decidir, quando decidir" sobre que tipo de "correlações de forças" podem vir a existir no quadro político e parlamentar.
Sobre as lutas políticas futuras, Albano Nunes, que deixa também o lugar no secretariado do Comité Central, acrescenta ainda: "Não há uma viragem da situação política sem nós e muito menos contra nós", rejeitando a ideia de que o PCP "puxa para trás a luta popular".