Mal comecem amanhã os trabalhos da sessão plenária do novo Parlamento Europeu, que esta terça-feira reconduziu Roberta Metsola na presidência, a eurodeputada do Bloco de Esquerda vai propor o agendamento de um debate sobre a situação em Gaza, avançou Catarina Martins à TSF
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Como é que comentária esta votação para a presidência do Partimento Europeu, uma vitória esmagadora? Nunca nenhum presidente do Partimento Europeu foi eleito com uma percentagem tão elevada como Roberta Metsola, com 90% dos votos válidos...
Repare que também houve poucas candidaturas desta vez. A esquerda apresentou uma candidata, Irene Montero, que, aliás, fez uma boa intervenção, e teve muito mais votos do que o seu próprio grupo, o que significa também.
Houve apenas mais 15 votos que os 46 deputados da Esquerda Europeia. É positivo isso?
Como nós sabemos, aqui é positivo, porque nós sabemos que aqui é muito difícil alargar para lá dos grupos e a Irene conseguiu. Metsola fez um discurso em que falou da Paz, que é realmente uma preocupação europeia enorme, que tem de ser um assunto, mas sem nunca falar da Palestina. E eu acho que isto mostra o problema que nós temos de uma Europa que perde credibilidade internacional com os seus dois pesos e duas medidas. E Metsola faz parte de um arco de enorme consenso aqui no Parlamento Europeu, dos vários grupos que aprofunda esse problema. Isso, para nós, é preocupante. É perceber que este acordo amplo foi desde os Verdes, os sociais democratas, mas até a extrema direita, para eleger Metsola, isso é um mau sinal, porque é um acordo numa Europa que não leva o Direito Internacional e o Direito Humanitário a sério.
E de que forma é que a europortada Catarina Martins vai tentar procurar contrariar o que diz ser essa tendência do esquecimento da Palestina? Já amanhã, nos Trabalhos do Parlamento Europeu?
Já amanhã nos Trabalhos do Parlamento Europeu faremos isso, sim.
Como?
Nós propusemos ao nosso grupo, à Esquerda, que amanhã proposéssemos um debate sobre a situação em Gaza. Sobre o Direito Humanitário e o Direito Internacional em Gaza. Achamos que isso é muito importante. O Parlamento vai discutir e, bem, a situação na Ucrânia e deve também discutir o que se está a passar em Gaza.
Porque não estava na agenda desta sessão inaugural, desta sessão plenária desta semana?
Não estava na agenda desta sessão e nós tomámos... nós, o Bloco de Esquerda, eu tomei a iniciativa de propor ao grupo da esquerda que apresentassemos essa proposta amanhã e o grupo da Esquerda acolheu bem esta proposta e amanhã apresentaremos a todo plenário. Esperamos que puder que possa ser aprovada e que haja aqui um debate sobre a situação na Palestina.
A TSF apurou que, se o debate sobre a Palestina for agendado, Catarina Martins, autora da proposta, vai propor que sejam os deputados do Sinn Fein, parceiros irlandeses de bancada no Grupo da Esquerda no Parlamento Europeu (GUE/NGL), a usar da palavra para falar no hemiciclo sobre a situação na Palestina.