PAN diz que manutenção no Parlamento "é muito importante para as causas que representa"
Inês Sousa Real alertou para “ameaça concreta” da ascenção da extrema-direita com uma “agenda xenófoba de discriminação” e recuo na proteção animal
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A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, assumiu que o resultado eleitoral ficou aquém das expectativas do partido, mas congratulou-se por manter-se no Parlamento.
"É sem dúvida muito importante para as causas que nós representamos e deve-nos orgulhar", disse Inês Sousa Real.
A líder do partido ambientalistas garante que estará nas ruas e no Parlamento para que as causas "não fiquem para trás" neste "momento tão delicado para a democracia".
Apesar disso, Inês de Sousa Real agradeceu o “voto de confiança”, garantindo que a presença do PAN no parlamento assegura a representação de causas como a proteção animal, ambiental e dos direitos das mulheres, bem como a luta contra o “crescimento de forças populistas e antidemocráticas”.
A líder do PAN alertou para “ameaça concreta” da ascenção da extrema-direita com uma “agenda xenófoba de discriminação” e recuo na proteção animal, comprometendo-se a lutar para que as suas causas “não fiquem para trás”.
Sobre a possibilidade de vir a ser parte do apoio parlamentar ao novo Governo da AD, Sousa Real disse que essa é uma reflexão que o partido terá de fazer, mas acrescentou que o PAN, “como partido de oposição”, tem o papel de garantir que não há recuos nas causas.
A líder do PAN assegurou que o partido fará oposição “pela positiva” e, por isso, está disponível para “dialogar e perceber que consensos são possíveis do ponto de vista parlamentar para garantir que o país tem estabilidade” e Orçamento do Estado.
“Acho que há um chão comum do ponto de vista democrático que podemos todos trabalhar, mas o PAN se dá este contraponto para os grandes partidos”, acrescentou.
Questionada sobre que conclusões tirar do facto de o partido ter conquistado quase menos 30 mil votos do que nas eleições de 2024, Inês de Sousa Real sublinhou que o PAN “não é um partido do sistema” e, por isso, tem menos meios, mas reconheceu que será feita uma reflexão interna para perceber o que falha na comunicação do trabalho do partido para os eleitores.
A líder do PAN disse ainda querer reforçar o peso do partido nas próximas eleições autárquicas e assegurar que tem “mais força para enfrentar os próximos ciclos em todas as dimensões”.
No ‘quartel-general’ do PAN viveu-se uma noite marcada pelo silêncio de poucas dezenas de dirigentes, militantes e simpatizantes, que marcaram presença e aguardaram, de olhos postos na televisão, a conclusão da contagem dos votos para perceber se o partido conseguiria manter a sua representação parlamentar.
A calma que pautou a noite foi quebrada apenas às 23H58, quando se confirmou a reeleição da porta-voz do partido, depois de apurados os votos na freguesia de Avenidas Novas, em Lisboa, a última a ser contabilizada no país.
Inês de Sousa Real, foi a última deputada a ser eleita pelo maior círculo eleitoral do país, Lisboa, impedindo a CDU de eleger o seu segundo deputado ou o PS o seu 13.º.