PAN mergulha em Algés à procura do que Marcelo não conseguiu há 35 anos: ser eleito
O cabeça de lista do partido às europeias replicou a ação de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa em 1989. O agora Presidente da República mergulhou no Rio Tejo para alertar para a poluição. Pedro Fidalgo Marques seguiu o exemplo, mas à espera de ter um resultado eleitoral diferente
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Em 1989, o então candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa, mergulhava nas águas do Rio Tejo à procura de conquistar a autarquia. As probabilidades não lhe eram favoráveis, uma vez que enfrentava Jorge Sampaio, na altura líder do Partido Socialista e figura com muito mais notoriedade.
Em busca desse protagonismo, Marcelo Rebelo de Sousa optou por uma ação de campanha pouco vista e assim que saiu da água, ao microfone da RTP, prometeu limpar em quatro anos o Rio Tejo, para que os lisboetas deixassem de tomar a vacina “para poderem” ir a banhos.
Trinta e cinco anos depois, há zonas do rio que continuam por limpar, mas voltou a haver mergulho. Desta feita na praia de Algés, no concelho de Oeiras, e com outro protagonista: o candidato do PAN às próximas eleições europeias.
“Estamos aqui a acertar detalhes”, conta Pedro Fidalgo Marques, depois da porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, ter aconselhado o candidato a mergulhar e não “mandar uma chapa”, sob pena de se magoar.
Sem t-shirt, descalço e com calções de banho verdes, Fidalgo Marques entra para a mota de água e passados uns minutos mergulha. Os poucos apoiantes que aqui se encontram, aplaudem. Nada depois 40 metros e ainda ofegante fala aos jornalistas.
“[A água] está muito poluída e fria. O que nós vimos aqui é que há 35 anos houve uma promessa de Marcelo Rebelo de Sousa que não foi cumprida e continuamos a ter a água poluída. Vemos que votar no centrão - PS, PSD - votar nos mesmos, não serve de nada”, afirma o cabeça de lista do PAN.
Com o Rio Tejo de fundo, Fidalgo Marques pediu mais atenção para os rios: “Chamamos a atenção para o estatuto especial de proteção dos rios. É preciso termos rios com vida, protegidos e o único voto que vai fazer diferença nisso é o voto no PAN.”
Há 35 anos, o mergulho de Marcelo Rebelo de Sousa não foi suficiente para o então candidato ganhar a autarquia de Lisboa, já que o vencedor foi Jorge Sampaio. Ainda assim, o candidato do PAN descarta que seja um mau presságio.
“Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Presidente da República. Eu gostava de ver é Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República a defender o que a Constituição diz (…). O direito ao ambiente e à natureza continua por cumprir”, alerta Fidalgo Marques.
O repto segue para Belém. Em Algés, há um candidato pronto para dar um salto para a Europa. “Estamos sempre a dar tudo”, garante o cabeça de lista do PAN.