PAN preocupado com "igualdade, direitos das mulheres e apoios" ameaçados por algumas forças políticas
Na reta final da campanha, a TSF desafiou os líderes partidários a revelarem o lado de dentro da campanha. A conversa com Inês Sousa Real aconteceu em Setúbal, à mesa de um restaurante antes de o almoço chegar.
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Os apelos ao voto útil à esquerda não têm tirado o sono à líder do PAN, Inês Sousa Real. A candidata reforça que há direitos fundamentais que estão ameaçados por algumas forças políticas para sublinhar que o voto no PAN é o voto útil para fugir aos populismos e aos casos e casinhos.
"As verdadeiras dores de cabeça são aquelas que são partilhadas pelo resto dos portugueses. Têm a ver com o aumento do custo de vida, com a preocupação que sentimos quando vemos forças políticas, como é a coligação da Aliança Democrática, a querer trazer uma agenda conservadora que põe em causa a igualdade, os direitos das mulheres, os apoios e as prestações sociais ou até mesmo que trazem um revivalismo das touradas, aproximando-se daquela que é uma agenda do Chega e uma agenda extremista, ao invés de estarmos aqui a atuar no campo moderado, no campo mais preocupado com aquilo que é a social-democracia e também as respostas às pessoas. Nesse sentido há muitas dores de cabeça, quer por parte da AD, quer por parte da maioria absoluta do Partido Socialista, porque sabemos que tivemos aqui uma oportunidade perdida de dar as respostas que o país precisava e que esta maioria absoluta também não foi sinónimo de estabilidade, muito pelo contrário. Tomamos como nossas as dores do resto da população, quer em matéria da preocupação com o ambiente, com os animais e com as suas próprias questões sociais", explicou à TSF Inês Sousa Real.
Questionada sobre que polémica nesta campanha eleitoral podia ter sido evitada, a porta-voz do PAN refere a questão de um eventual referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. Para Inês Sousa Real este tema "poderia e deveria" ter sido evitado por se tratar de um direito humano das mulheres.
"Não faz assim tanto tempo que, por força do referendo, esta possibilidade foi descriminalizada. As mulheres morriam nesta prática por ter que recorrer, de forma ilegal, à interrupção voluntária da gravidez. Este direito não empurra ninguém para o aborto. Aquilo que garante é precisamente evitar a morte de mais mulheres e evitar também que fiquem com danos e sequelas do ponto de vista da sua saúde sexual e reprodutiva. Numa altura em que deveríamos estar a discutir um conjunto de avanços nestas matérias estamos a assistir a retrocessos quando querem, de alguma forma, impor esta visão mais conservadora da sociedade na qual nós não nos revemos", argumentou a porta-voz do PAN.
Com a campanha perto do fim, a hora de regressar a casa aproxima-se. Durante estas semanas, Inês Sousa Real teve a ajuda da família, que ficou a tomar conta do seu gato Micas.
"Sabem que estamos a trabalhar e, portanto, acreditam também que é importante ter esta representação do PAN na Assembleia da República e têm muito orgulho no meu trabalho. Então o Micas tem sempre quem cuide e o mime, apesar de eu fazer sempre questão, estando em Lisboa, de passar em casa também para o ver, para lhe dar mimo ou até mesmo quando às vezes estamos só de passagem. Tento sempre ir vê-lo", acrescentou.
A noite eleitoral do PAN vai acontecer na estação do Rossio, em Lisboa. Inês Sousa Real não revela com que partidos gostava de apanhar o comboio depois das eleições, mas desvenda que “Unstoppable”, da cantora Sia, tem sido uma das principais músicas desta campanha.
