PAN quer registar gatos parlamentares: "Não faz sentido que o legislador não registe a sua própria colónia"

O PAN deu esta segunda-feira entrada na Assembleia da República de um projeto de resolução com o objetivo de reconhecer a colónia de gatos que existe no Palácio de São Bento. O objetivo do partido é que os felinos que compõem essa colónia vejam asseguradas a alimentação e os cuidados médico-veterinários, além de reconhecer a memória histórica que estes habitantes do Parlamento português constituem.

"Está na altura de reconhecer oficialmente a existência desta colónia, procedendo ao seu registo em nome da Assembleia da República e garantindo, por um lado, uma maior proteção a estes animais, mas por outro que, do ponto de vista histórico, também fica registado este reconhecimento e é feita esta formalidade até para depois existir aqui uma assunção das próprias despesas inerentes à colónia, nomeadamente os cuidados médico-veterinários", disse à TSF a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real.

Em momentos de instabilidade política, a bancada mais estável do hemiciclo é mesmo a felina: "Quantas e quantas vezes não é o Tobias o primeiro a dar-nos os bons-dias, a sua torrinha dos bons-dias, e o último a ficar para lá da hora."

Tobias é o gato parlamentar mais conhecido, já que costuma estar muitas vezes a descansar perto do bar dos funcionários ou a aquecer-se nos corredores que dão acesso às salas das comissões. Contudo, não é o único. Há mais felinos a viver na casa da democracia e o PAN quer que sejam oficialmente reconhecidos.

"Não nos faz muito sentido que o legislador que estabeleceu que as colónias devem ser registadas, não registe a sua própria colónia", argumenta Inês de Sousa Real.

Este ano, no mês de março, outro dos habitantes de quatro patas, o Miau Maria, do Parlamento morreu, mas há vários outros gatos na colónia a fazer companhia ao Tobias e o PAN quer que essa memória fique na história da Assembleia da República.

"Do ponto de vista histórico, quem de nós não viu já, fosse Miau Maria, seja Tobias, na passadeira vermelha dos Passos Perdidos ou encostado ao aquecedor nos dias mais frios de inverno, ou a acompanhar as visitas guiadas ao Parlamento. E, tendo em conta que os próprios gatos têm sido um testemunho da história da Assembleia da República, parece-nos da mais elementar justiça que se proceda ao seu registo e também à criação de uma memória histórica, através daquilo que é o apoio da biblioteca, da existência destes felinos parlamentares", argumenta a deputada do PAN.