PAN rejeita entendimentos com a AD: “Não teremos qualquer problema em ser apenas oposição por oposição”
Sousa Real avisa que o único compromisso do partido que lidera é para com as causas que este representa.
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A líder do PAN, Inês Sousa Real, vincou esta sexta-feira no Fórum TSF que não está disponível para entendimentos com a Aliança Democrática e avisou que o partido que lidera não terá “qualquer problema em ser apenas oposição por oposição”.
Questionada sobre a possibilidade de entendimentos com a coligação que reúne PSD, CDS e PPM, Sousa Real defendeu que já ficou “muito claro” que não há disponibilidade para tal, mas não deixou de notar que é preciso ver “depois qual o cenário que vamos ter em cima da mesa”.
“Se vamos ter de facto um PSD isolado, se vamos ter uma Aliança Democrática coligada à mesma, ou a fazer parte de um governo” são os cenários elencados por Sousa Real. Do lado do PAN, o compromisso "é sempre com as suas causas”, o que leva ao aviso: “Não teremos qualquer problema em ser apenas oposição por oposição, mas fazendo sempre prevalecer as causas que representamos.”
Noutro assunto na ordem do dia, o Pacto para as Migrações e Asilo, que Portugal subscreveu e que inclui a possibilidade de crianças serem detidas nas fronteiras dos 27 países da União Europeia, Sousa Real defende que a Europa deve ser "socialmente mais justa, em particular com as crianças".
"Recordo-me que nós ficamos consternados quando vimos imagens das crianças a dormir no chão do aeroporto, na zona de detenção. É contrário a todos os compromissos que nós temos em matéria de direitos humanos e, em particular, de proteção da infância e da criança", alertou a candidata às legislativas de março, avisando também que não se pode esperar "que dentro da Europa se faça o mesmo" que nos Estados Unidos.
"Nós não podemos confundir as políticas, por um lado, de imigração, com as políticas de asilo e de refugiados, mas eu não posso deixar de referir que é uma vergonha, em termos europeus, continuamos a ter crianças em campos de refugiados como temos aos milhares, a viverem sem água, sem luz, sem condições de vida dignas e este tem de ser, de facto, um compromisso de uma Europa socialmente mais justa, em particular para com as crianças", apontou.
O Parlamento Europeu (PE) confirmou esta quarta-feira as alterações em matéria de migrações e asilo na União Europeia (UE) acordadas entre os Estados-membros que impõe "solidariedade com os países sob pressão migratória" e reenquadra os critérios de proteção.
Em comunicado, os eurodeputados confirmaram, em sede de comité parlamentar, o acordo alcançado no final de dezembro e validado na última semana, que vai alterar a legislação de asilo e migrações, nomeadamente, fazer com que seja obrigatória "a solidariedade" com os países da UE que estão "sob pressão migratória".
Os Estados-membros "podem escolher entre a realocação de requerentes de asilo para o seu território, fazer contribuições financeiras ou ajudar com apoio operacional e técnico, quando necessário".
No dia 08 de fevereiro, os representantes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) deram luz verde ao Novo Pacto em Matéria de Migração e Asilo, que foi aprovado pelo Conselho da UE e Parlamento Europeu no final de dezembro.
