PAN/Madeira critica Cafôfo e garante não ter medo de ir a eleições antecipadas
Mónica Freitas defende que quem diz estar "do lado dos madeirenses" não pode estar "candidato às legislativas nacionais" e diz ao mesmo tempo que, "se houver eleições antecipadas na Madeira, também será o candidato para a Madeira".
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A deputada única do PAN na Madeira, Mónica Freitas, criticou este sábado as declarações do líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, acusando-o de não saber “que papel quer assumir” para a região e insistiu que optar por eleições na região autónoma é “extremamente perigoso”.
Apesar desta avaliação, a deputada garantiu que, “ao contrário do que alguns dirigentes de outros partidos tentam fazer crer, o PAN não tem medo nenhum de ir a eleições antecipadas”.
Confrontada com as declarações feitas esta manhã por Cafôfo, que criticou Mónica Freitas por manter o acordo de incidência parlamentar, considerando que o partido não está preocupado com a estabilidade e em travar o avanço da extrema-direita e que "não quer é que haja eleições porque sabe que sairá da Assembleia Legislativa da Madeira", a deputada contra-atacou.
“Quem está agarrado ao poder é quem está na política há vários anos, quem não sabe propriamente que papel quer assumir, que está como candidato às legislativas nacionais, mas que já fala que, se houver eleições antecipadas na Madeira, também será o candidato para a Madeira”, apontou.
Para o PAN/Madeira, se Cafôfo está “do lado dos madeirenses, não pode assumir este tipo de atitudes e estar a julgar outros partidos que, com consciência e sem oportunismo político, estão a fazer o melhor pela Madeira e pelos madeirenses”.
Sobre a renúncia do presidente da câmara do Funchal ao cargo, a deputada apontou que “seria de alguma forma insustentável” que este se mantivesse no cargo e que essa decisão permite "devolver alguma credibilidade política”.
A renúncia de Pedro Calado foi anunciada aos jornalistas na manhã deste sábado pelo advogado Paulo Sá e Cunha.
Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.
As detenções de dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo, apesar de inicialmente ter afirmado que não se demitia.
Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.