"Para que serve?" Livre sugere fim da NATO e não teme voto útil, CDU recusa "mais armas" e demarca-se de Putin
Rui Tavares e Paulo Raimundo estiveram esta quarta-feira frente a frente
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O secretário-geral do PCP e o porta-voz do Livre divergiram hoje quanto à importância da União Europeia e à necessidade de investir em Defesa devido ao atual contexto internacional, mas convergiram quanto aos direitos sociais e à habitação.
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Por fim, questionados sobre os cenários de governabilidade, Rui Tavares garante que não teme "absolutamente nada" o voto útil e defende maiorias no Parlamento. Já Paulo Raimundo, espera aumentar o número de deputados e não tem dúvidas de que “nunca será pela mão da CDU que a política de direita se impõe".
Em matéria de Habitação, Paulo Raimundo refere "dois dramas": o acesso à habitação e ao SNS em Portugal. "Mas a questão fundamental é a estabilidade" e, por isso, é necessário "prolongar os contratos o mais possível", aumentar salários e "pensar como é a vida de cada um de nós sem um teto", acrescenta.
"A Banca tem que ser chamada a intervir e resolver este problema. (...) Os lucros da banca davam para construir 140 mil casas. É possível isto continuar assim?", defende.
Do lado do Livre, Rui Tavares concorda que "para ser livre é preciso ter uma casa" e, por isso, "temos de encontrar formas de compatibilizar rendimentos para comprar casas". O porta-voz do Livre defende o "arrefecimento no luxo", com a aplicação de impostos na compra casas de luxo. Com esta taxação, Rui Tavares espera financiar programas de rendas acessíveis.
Questionado sobre se basta nascer num hospital em Portugal para receber esses cinco mil euros, Rui Tavares opta por responder sobre o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos e diz que o próximo Governo deverá ter “um orçamento retificativo”.
Além disso, porta-voz do Livre diz que "precisamos de investir no futuro" e sugere dar menos que o "IRS Jovem está hoje a dar", para criar uma poupança mais justa para todos.
Nenhum recuo nos direitos sociais clássicos, mas há muita forma da esquerda dar contributos e inovar.
Paulo Raimundo considera a medida de herança social, proposta pelo Livre, "interessante", mas defende que a questão fundamental nem é essa. Além de insistir na redução da taxa de IRC, sublinha: "Temos problemas de grande dimensão, como pais que trabalham por turnos, com horários e vidas sem tempo para olhar para os filhos."
Arranca o debate entre Paulo Raimundo e Rui Tavares. O primeiro tema em cima da mesa é a Defesa.
Questionado sobre um possível reforço militar, o líder do Livre nota que estamos numa nova era e que, "para a Europa ser unida", não significa que seja preciso "gastar mais armas". "Não faz sentido comprar aos Estados Unidos, quando Trump já disse que a UE é uma adversária", exemplifica.
"A UE não é um bloco militar", atira e questiona também: "Quem é que ainda acredita na NATO?". O Livre defende "a construção de uma comunidade europeia para a Defesa”, diz.
Do lado da CDU, Paulo Raimundo reconhece que é necessário valorizar as Forças Armadas, mas recusa gastar mais dinheiro "para a guerra". Na perspetiva do partido, o investimento deve ser feito, por exemplo, em pensões.
O PCP e o Livre estão esta quarta-feira frente a frente, com transmissão na SIC Notícias, a partir das 18h00.
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Não precisamos de investir numa economia de guerra.
