Ferro Rodrigues já fez saber que aguarda até ao final da tarde por texto comum sobre sanções.
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Logo vemos. É desta maneira que os partidos falam sobre a possibilidade de um texto comum para expressar na Assembleia da República o voto contra possíveis sanções europeias a Portugal por défice excessivo em 2015.
Para já existem dois textos, um à esquerda e outro à direita, com o mesmo objetivo: dizer não a eventuais sanções. Ainda assim, os partidos, apesar de algumas reticências, prometem esforçar-se para conseguir esse texto comum que é também a vontade do presidente da Assembleia da República.
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, garante que o PSD continua "empenhado em ter um texto e uma formulação final que possa congregar uma vontade unânime do parlamento", mas lembra que tal "aproximação" "está também na mão dos outros partidos".
O deputado lembra ainda que neste tema não pode estar em causa nem avaliação da governação anterior nem da atual governação.
Pelo CDS-PP, Nuno Magalhães comprometeu-se igualmente a fazer um "esforço no sentido de obter uma posição comum de todos os partidos" e para que "essa posição tenha força junto da União Europeia".
"No nosso entender, a figura adequada seria através de uma resolução ou da deliberação. Em todo o caso estamos disponíveis para fazer esse esforço e é o que faremos durante a tarde", assegurou.
Carlos César, pela bancada socialista, também diz acreditar no "sucesso" de uma "posição conjunta". "O que julgo ser fundamental neste momento é de todos serem capazes de, em uníssono, afirmar o nosso sentimento sobre a injustiça de um processo sancionatório" a Portugal, adianta Carlos César. O deputado socialista também lembra que "não está em causa nem pode estar em causa a avaliação que cada partido faz" da governação anterior e atual.
Já João Oliveira, líder parlamentar do PCP, prefere não arriscar previsões sobre um consenso entre os partidos.
"A questão é saber se existem ou não condições na Assembleia da República para se tomar rima posição relativamente às sanções, à eventualidade de aplicação de sanções, relativamente à consideração e todo o quadro do qual resultam as sanções", defendeu João Oliveira.
Por seu lado, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, afirmou esperar que até quinta-feira possa surgir "uma unanimidade na Assembleia da República garantindo que não aceita as sanções de Bruxelas".
Pedro Filipe Soares acusou o PSD e o CDS de tentarem "protelar este debate" e defendeu que é possível, nas próximas 24 horas, fazer as alterações necessárias ao texto para que se consiga o objetivo de aprovar um único voto.
Entretanto, o presidente da Assembleia da República comunicou aos grupos parlamentares que aguardará até ao final do dia por um texto comum a todas as forças políticas sobre eventuais sanções a Portugal.
Ferro Rodrigues deseja que seja encontrada uma redação consensual a todas as forças políticas, independentemente da forma, ou seja, de se concretizar num voto de condenação (como propõem PS, BE, PCP, PEV e PAN) ou um projeto de resolução (caso de PSD e CDS), transmitiu aos jornalistas a secretária da mesa da Assembleia Idália Serrão (PS) após a reunião da conferência de líderes.