
Miguel A. Lopes/Lusa
Nas reações dos partidos ao discurso do Presidente da República, na sessão solene do 25 de Abril, o desafio para criação de mais riqueza foi o ponto mais comentado.
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O PSD elogiou o discurso do Presidente da República, no qual ouviu um "pedido de maior ambição ao Governo", a necessidade de concretizar a reforma do Estado e o "puxar pelo orgulho português".
Hugo Soares destacou ainda o "apelo firme" do Presidente da República para que seja continuada a reforma do Estado.
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"Temos dito muitas vezes que o país precisa de crescer mais, tem condições para crescer mais mas para isso precisa de fazer o que o Presidente da República deixou como apelo, apelou, considerando que "este pedido de maior ambição ao governo é algo que o PSD tem repetido e algo que os portugueses desejam".
Também o CDS-PP elogiou o discurso do Presidente da República: "O senhor Presidente falou do esforço dos portugueses, esforço designadamente que foi feito nos últimos anos e que, nas palavras do senhor Presidente, foi cheio de sentido e produziu resultados. Do nosso ponto de vista também, o momento que hoje conseguimos ter, é fruto de um enorme esforço dos portugueses fizeram, mas de um esforço que foi consequente", defendeu João Almeida.
O porta-voz centrista sublinhou igualmente a referência à "necessidade de mais crescimento".
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"Se os portugueses contribuíram com o seu esforço para conseguir enfrentar as dificuldades do passado, conduzir o país a um momento presente de maior serenidade, o desafio neste momento é conseguir acrescentar qualidade de vida aos portugueses, bem-estar social. Isso só se consegue com crescimento superior ao que temos, o que tem sido muito a mensagem do CDS", sustentou.
Por seu turno, o Bloco de Esquerda assinalou o "discurso consensual" do Presidente da República sobre a democracia, mas admitiu "divergências de fundo" quanto à Europa, que, "tal como está, é a causa do crescimento" de nacionalismos xenófobos.
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"Não podemos aceitar constrangimentos europeus, que, aliás, por toda a Europa, ao asfixiarem economia e o Estado Social, tem criado desemprego, exclusão social, tem tornado os países mais fracos e tem levado ao crescimento das políticas do ódio e xenofobia", disse.
Cumprir as "normas absurdas de consolidação orçamental" deixa Portugal com "poucos meios para o crescimento económico", acrescentou. "Para ir mais longe é preciso ter a coragem de dizer que o fato dos constrangimentos europeus, cortado, escolhido e vestido por PS, PSD e CDS que votaram os mesmo tratado no Parlamento Europeu e na AR a não serve", concluiu.
O secretário-geral do PCP considerou que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa faz todo o sentido mas é preciso avançar com "medidas concretas" e só é possível "com a valorização do trabalho e dos trabalhadores".
"É uma declaração importante que precisa de ser concretizada, do nosso ponto de vista. Hoje as injustiças dessa repartição que é feita a desfavor de quem trabalha ou quem trabalhou necessita de medidas concretas, designadamente o combate à precariedade, o combate ao desemprego, a valorização dos salários e dos direitos dos trabalhadores", considerou.
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Na opinião do líder comunista, "só assim se concretiza essa expressão - genérica, importante -, mas que precisa de medidas concretas", destacando que tendo feito o registo das palavras do Presidente da República, isso "não significa um posicionamento crítico nem naturalmente uma posição de aplauso".
O líder parlamentar do PS considerou que o combate às desigualdades constitui uma prioridade do regime democrático, salientando que estas não são apenas salariais e estendem-se aos fatores de acesso à revolução tecnológica.
Sobre o discurso do Presidente da República, Carlos César diz que o país vai continuar a crescer.
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O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) também saudou o discurso do Presidente da República mas apontou uma falha. Faltou dizer que "há condicionamentos externos que estão a prejudicar a criação de riqueza, desde logo divida, que seria bom que fosse colocada à discussão no sentido de se proceder à sua renegociação", disse o deputado dos Verdes José Luís Ferreira.