O presidente do PSD convidou o primeiro-ministro a exercer o mandato com "outra serenidade", acusando o Governo de criar "falsos inimigos" e de "destruir valor" na banca portuguesa.
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Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas após ter sido confrontado com declarações proferidas esta madrugada pelo secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, que considerou que o PSD "não tem autoridade" para falar sobre o setor financeiro em Portugal.
"Convido António Costa a exercer o seu mandato de primeiro-ministro com outra serenidade e a escolher melhor as palavras que utliza", respondeu, contrapondo, a seguir, que aquilo que se está a passar com a Caixa Geral de Depósitos "é intolerável" e que "aquilo que se está a passar na véspera de venda do Novo Banco é quase criminoso".
Pedro Passos Coelho aconselhou António Costa a "exercer com um bocadinho mais de serenidade o seu mandato de primeiro-ministro em vez de andar a fazer declarações levianas".
Passos apela a Costa para que respeite Presidente e adie votação sobre maternidade de substituição
O presidente do PSD apelou ao líder socialista para que respeite as razões invocadas pelo Presidente da República e aceite adiar para a próxima sessão legislativa o diploma do Bloco de Esquerda sobre maternidade de substituição.
Este diploma sobre maternidade de substituição do Bloco de Esquerda, o qual Pedro Passos Coelho votou favoravelmente em sentido contrário à orientação dominante entre os sociais-democratas, foi alvo de veto político por parte do Presidente da República.
Perante a perspetiva de o diploma ser hoje novamente votado, o líder social-democrata deixou uma advertência: "É importante não criar uma divisão entre o parlamento e o Presidente".
"Espero que o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa que tem obtido do Presidente da República um apoio permanente - e penso que tem sido importante mesmo do ponto de vista externo para o Governo - possa ser sensível a esta matéria", declarou Pedro Passos Coelho.
O PSD já apresentou um requerimento para que o diploma sobre maternidade de substituição transite em termos de discussão e votação para a próxima sessão legislativa.
Perante os jornalistas, Pedro Passos Coelho avisou que, se houver insistência em levar a votos este diploma do Bloco de Esquerda, alterará o seu sentido de voto, dando a entender que o mesmo fará a maioria dos 24 deputados sociais-democratas que antes do veto presidencial contribuíram para a sua aprovação.