Descentralização sem pressa. É o que defende o líder do PSD que quer amadurecer a proposta de António Costa.
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O líder do PSD acusa o Governo de ter "apresentado à pressa" o pacote legislativo para a descentralização depois de ter andado mais de um ano a falar sobre o assunto.
Pedro Passos Coelho afirma que não há condições para votar a Lei-quadro antes das férias dos deputados e reclama mais tempo para estudar o projeto.
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Entretanto o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse ainda que não percebeu se os 50% que o Estado detém na TAP são "para mandar ou não mandar na empresa", mas servem para o Governo "nomear administradores".
"O PS tinha uma ideia: O Estado não podia vender a empresa, de todo. Ainda não percebi se temos os 50% para mandar na TAP ou se é para não mandar, ainda não percebi.
Já percebi que se nomeiam para lá administradores, isso eu já percebi", disse hoje o líder do PSD, em Borba (Évora).
Ao discursar na sessão de apresentação dos candidatos autárquicos do PSD no distrito de Évora, às eleições autárquicas de 01 de outubro, Pedro Passos Coelho argumentou que, se a TAP "fosse privada, não se nomeavam para lá administradores".
"Assim", com a reversão parcial da privatização da empresa, adotada pelo atual executivo do PS, "o Governo vai nomear para lá administradores, mas não sei se manda na empresa ou se não manda, porque ainda não percebi o que é que aqueles 50% querem dizer", ironizou o líder social-democrata.
Segundo Passos Coelho, Portugal "andou imensos anos a ver se conseguia encontrar uma forma de vender a empresa, preservando, evidentemente, a importância da empresa".
"Porque nós não temos dinheiro para a sustentar sozinhos. Se tivéssemos, mas não temos", afirmou, realçando que foi o Governo PSD/CDS-PP que conseguiu privatizar a empresa.
Mas "aquilo a que chamam pressa" no processo, foi somente "a pressa" de tentar "evitar que os aviões ficassem em terra sem dinheiro para meter combustível para voarem" e para garantir que "os trabalhadores tinham salários ao fim do mês".
Com a reversão parcial da privatização, Passos Coelho disse ter ouvido "dizer" que essa "solução era melhor porque os privados investiam o mesmo e iam ficar com menos".
"E eu digo não é verdade. Porque o Estado, para ficar agora com 50%, teve de devolver uma parte do dinheiro. E mais do que isso. Antigamente, durante uns anos, ainda ia ter 34% da empresa e ia ficar com 34% dos dividendos que ela gerasse. Agora, passa a ter 50% da empresa, mas só pode receber 18% dos dividendos", referiu.