Na apresentação do candidato do PSD à Câmara de Arouca, Passos Coelho disse ainda que falar da renegociação da dívida portuguesa na situação atual "deitar gasolina em cima da fogueira".
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O líder do PSD apelou este sábado ao Governo reveja as metas estabelecidas para o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), por os valores em causa serem incompatíveis com a evolução económica e denunciarem "conversa infantil".
Pedro Passos Coelho abordou o tema na apresentação do candidato social-democrata à corrida autárquica pela Câmara Municipal de Arouca, onde realçou que as medidas agora tomadas pelo Governo terão consequências a longo prazo com que outros terão que lidar no futuro.
"Este ritmo de crescimento do SMN não é sustentável a longo prazo. Pois claro: porque a longo prazo não serão eles a governar", declarou. "O que o Governo tem que fazer é rever a decisão que tomou quanto ao que vai ser o salário mínimo ate 2019", acrescentou.
Para o presidente do PSD, em causa estão os cálculos que indicam que o SMN irá aumentar 19% até 2019, enquanto as empresas portuguesas se ficarão apenas por um crescimento de 5%.
O líder dos sociais-democratas insistiu, por isso, que, se os aumentos do SMN forem apenas em valores compatíveis com o crescimento da economia e da produtividade, "não são precisas medidas de compensação nenhumas".
"Mas se [o Governo] mantiver a sua negociação política com o BE, que aponta para um crescimento do salário que é superior ao crescimento da economia e do que as empresas podem suportar, nesse caso terá que encontrar com o BE e o PCP medidas que compensem isso - não com o PSD", concluiu.
Falar da renegociação da dívida é "deitar gasolina na fogueira"
Nesta deslocação a Arouca, o líder do PSD abordou também o tema da renegociação da dívida portuguesa para defender que na situação atual, quando Portugal paga juros elevados para se financiar, é "deitar gasolina em cima da fogueira" e prejudica a economia nacional.
"Essa é a bordagem não apenas mais inútil, mas também a mais perigosa de todas", realçou, defendendo que "o importante era o Governo parar com essa conversa e pedir aos partidos que o apoiam que parem também, porque isso vai prejudicar toda a economia portuguesa".
"Se estamos a pagar mais caro para nos financiarmos, é natural que os investidores comecem a ver crescer alguma desconfiança quanto à nossa capacidade de pagar", começou por explicar o líder do PSD. "Se a isso se juntar uma conversa do próprio Governo e dos partidos que o apoiam à volta da renegociação da divida, isso é deitar gasolina em cima de uma fogueira", concluiu.
Para o PSD, a estabilidade económica do país e da própria Europa também não sai beneficiada de iniciativas como o encontro que hoje reuniu em Lisboa chefes de Estado e de Governo dos países no sul da Europa.
"Não me parece ser muito positivo (...) nem a abordagem mais construtiva", comentou, acrescentando: "Do que precisamos na União Europeia não é de estar a fragmentar o espaço europeu reunindo os países do sul de um lado, os do norte do outro, etc.".