Vai ser o único frente-a-frente televisivo da campanha e acontece esta noite, em direto nas três televisões, com jornalistas dos três canais: João Adelino Faria, Clara de Sousa e Judite de Sousa moderam o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro. Está marcado para as 20h25 e vai durar 1h15.
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A pouco menos de um mês das eleições, a última sondagem revelada hoje pela Aximage dá vantagem à coligação PSD/CDS. Este estudo encomendado pelo Jornal de Negócios e Correio da Manhã mostra também pela primeira vez que Passos Coelho merece mais confiança do que António Costa para primeiro-ministro. Sondagens à parte, a TSF foi ouvir alguns especialistas em marketing político.
Estrela Serrano, ex-jornalista, assessorou Mário Soares durante 10 anos, sublinha que "a televisão ainda tem em Portugal um peso excessivo" e atira: "Não sabe se é decisivo, mas é seguramente muito importante".
A professora, autora de estudos na área da comunicação, diz que "ambos têm qualidades e defeitos para estes debates"
Estrela Serrano ensaia uma resposta para o que fará um deles ganhar ou perder o debate: "Ganha o debate aquele que for capaz de articular o discurso e dizer ao que vai com serendidade" e "perde o debate aquele que fugir às questões, que não for capaz de manter a serenidade e for pouco convicente".
Já José Palmeira, professor de ciência política na Universidade do Minho, considera que "os debates não são decisivos" a não ser que haja um vencedor claro, cenário que considera improvável.
O que pode desequilibrar e decidir um vencedor? "O efeito surpresa". O especialista em marketing político lembra "pode haver um deslize" de um dos candidatos que possa revelar "que esteja menos preparado para o desempenho da função".
Já quanto à estratégia que deverão adoptar, José Palmeira está à espera de um Pedro Passos Coelho "mais à defesa" e de António Costa a arriscar mais.
André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica não tem dúvida de que este será o mais relevante de todos os debates da campanha até pela aposta de Passos Coelho em limitar as suas aparições públicas durante a campanha.
A estratégia de aparecer pouco de Passos Coelho parece "fazer sentido", diz o analista. A coligação aposta no desgaste de António Costa que teve o "infortúnio" de levar com o caso Sócrates em cima da campanha.
António Costa está numa posição difícil, considera André Azevedo Alves, lembrando que o PS não disparou para a maioria absoluta, e que o secretário-geral socialista, em vez de se confrontar com Passos Coelho, recebe os ataques da esquerda e tem que lidar com o caso Sócrates.