Pedro Passos Coelho garante que, além do respeito pelas regras do Tratado Orçamental, não impôs qualquer restrição à partida para a negociação com o Partido Socialista, nem mesmo a inclusão do PS no governo.
Corpo do artigo
"Essa questão não nos foi colocada, mas nós não recusamos qualquer solução", disse o líder do PSD no final do encontro que juntou a coligação PSD/CDS e o PS.
Do lado do PS, Passos revelou que António Costa deixou bem claro que "não aceita qualquer plafonamento da Segurança Social". Condição única, diz Passos, acrescentando que o líder do PS "não fez qualquer exigência".
Sobre o conteúdo do encontro que durou perto de três horas e que António Costa considerou "bastante inconclusivo", Passos assumiu leituras diferentes no que toca à metodologia, mas nega que "haja um jogo do empurra".
Ainda assim, o responsável da coligação considera que a coligação não deixaria a situação cair no "impasse", pelo que vai fazer "um exercício de uma certa adivinhação e um pouco mais atrevido" até ao próximo encontro com os socialistas "que é o de procurar selecionar propostas do PS que os socialistas possam considerar ou não as mais importantes". "Metodologicamente, se o PS não nos quer trazer nenhuma questão, nós não deixaremos de o fazer", acrescentou.
Passos Coelho admitiu ainda acelerar a restituição dos salários no setor público e a remoção da sobretaxa em sede de IRS, desde que sejam respeitadas as metas orçamentais.
"Eu tive ocasião de transmitir à equipa e ao doutor António Costa que estamos totalmente disponíveis para poder reanalisar essas matérias. Não haja dúvidas para ninguém de que, se for possível fazer uma restituição mais rápida dos salários e se for possível fazer uma remoção mais rápida da sobretaxa, não deixaremos de o fazer, porque não temos nenhum gosto em que essas medidas continuem em vigor", afirmou.
À procura de entendimentos para "uma governação estável", como foi pedida pelo Presidente da República, as delegações do PSD/CDS e PS voltam a encontrar-se na próxima terça-feira.