Líder do PSD foi a Belém pedir ao Presidente da República rapidez no processo de formação de Governo. Passos Coelho quer que o PS clarifique se viabilizará um orçamento da coligação.
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Depois de ser recebido pelo Presidente da República, o presidente do PSD mostrou-se convencido de que será indigitado primeiro-ministro. Passos acredita que, apesar de não ter chegado a acordo com António Costa, os socialistas não deixarão, "em sede parlamentar, de assumir as suas responsabilidades", tendo em vista a "estabilidade e previsibilidade" económicas do país.
"Torna-se - e transmitimo-lo ao Presidente da República - indispensável que haja alguma celeridade na forma como este processo se vai desenrolar", disse Pedro Passos Coelho à saída do encontro com Cavaco Silva.
Depois de mais de meia hora de reunião com o chefe de Estado, o presidente do PSD disse estar convencido de que será indigitado primeiro-ministro de um governo de coligação PSD/CDS-PP: "O PSD integrado na coligação Portugal à Frente (PàF) juntamente com o CDS foi a força vencedora e nesses termos - de acordo com aquilo que é a nossa prática constitucional e daquilo que é também a leitura que fazemos dos resultados, que é inequívoco - apesar de não ter maioria no parlamento é a estas duas forças que cabe naturalmente constituir governo".
Passos Coelho esclareceu ainda a questão das conversas com o PS, tendo em vista a "governabilidade", adiantando que apesar de não ter conseguido uma "clarificação" por parte de António Costa, será agora, no "quadro parlamentar", que os socialistas devem ter uma "posição clarificadora" sobre uma viabilização de um eventual governo liderado por Pedro Passos Coelho.
"A nossa confiança é de que o PS não deixará, sem sede parlamentar, de assumir as duas responsabilidades. Existem condições para que, em sede parlamentar, os resultados das eleições sejam respeitados e o governo que delas emerge seja respeitado e consiga, no terreno parlamentar, ter as condições necessárias para que o país conheça a estabilidade e a confiança", sublinhou.
O presidente do PSD disse ainda que "os que perderam [eleições] têm de fazer alguma concessão aos que ganharam e, até hoje, não houve uma contraproposta produtiva", garantido que, pelo PSD, continua a haver "abertura" e condições para diálogo".
Aos jornalistas, Passos deixou ainda um alerta: "Se o próximo Governo não tiver estabilidade haverá um adiamento do investimento e da nossa capacidade de crescer e criar emprego''.
A delegação social-democrata, constituída por Pedro Passos Coelho, Marco António Costa, Luís Montenegro, Matos Rosa e Jorge Moreira da Silva, chegou pouco antes das 15 horas - hora prevista para o início do encontro.
Na passada segunda-feira, o chefe de Estado tinha recebido o presidente do PSD. À saída do encontro, Passos Coelho adiantou que tinha informado o presidente da República das "diligências" levadas a cabo nas últimas duas semanas.
"Compete agora, depois de ouvir os partidos políticos, nos termos da Constituição, ao senhor presidente da República, proceder à indigitação de um futuro primeiro-ministro, de acordo com o que será a sua avaliação e o seu julgamento", acrescentou nesse dia o presidente do PSD.