Paulo Raimundo afirma que Governo "está derrotado" e lamenta que PS tenha "escorregado na manobra"
Frisando que o Executivo e o primeiro-ministro "podem e devem" dar "todos os esclarecimentos a todas as perguntas", o líder dos comunistas considera, contudo, que "daí não surgirão elementos que alterem a inevitável e urgente decisão que se impõe hoje"
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O secretário-geral do PCP considera que o primeiro-ministro pode dar inúmeras explicações, mas nada será suficiente para travar uma decisão "urgente" para o país. A moção de censura que está a ser votada esta quarta-feira tem chumbo garantido, mas, para o Paulo Raimundo, é só adiar o "inevitável".
"O primeiro-ministro teve oportunidade de contribuir para a elevação da política nacional, mas só não o fez. Como ignorou os factos que o envolvem, fez chantagem. (...) Faltou-lhe a coragem e a transparência. (...) Bastou este aceno para que muitos escorregassem na manobra", atira Paulo Raimundo, referindo-se ao PS.
Paulo Raimundo entende, por isso, que o Executivo liderado por Luís Montenegro "está derrotado" e que "este não é o tempo de calculismos, é tempo de o travar”, apelando ao voto dos deputados.
"O povo não quer eleições, poderão dizer, mas o que o povo não quer mesmo é ver os outros a enriquecer às suas custas. (...) O desfecho deste debate não alterará a necessidade que, mais tarde ou mais cedo, se vai impor", defende.
Na abertura do debate da moção de censura do PCP ao Governo, na Assembleia da República, Paulo Raimundo refere igualmente que "a sucessão de factos que se acumulam, envolvendo membros do Governo e o próprio primeiro-ministro, não são obra do acaso"
"São expressão da mistura entre funções públicas e interesses pessoais, e da confusão entre a sua política e o poder económico", afirma, salientando que o partido denuncia há muito "que o Governo está ao serviço dos interesses dos grupos económicos".
Frisando que o Governo e o primeiro-ministro "podem e devem" dar "todos os esclarecimentos a todas as perguntas", Paulo Raimundo considera, contudo, que "daí não surgirão elementos que alterem a inevitável e urgente decisão que se impõe hoje".
"Nada do que venha agora a dizer altera os factos até hoje conhecidos e que são, por si só, bastantes para concluir que o Governo não tem condições para se manter em funções", insiste.
