PCP equipara PS à AD, mas admite que “há caminho”. Pedro Nuno avisa que só faz promessas que pode cumprir
No debate, na RTP1, entre as lideranças da CDU e do PS houve consenso para uma política de imigração regulada e humanista
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O PCP garante que há caminho para apoiar o PS num futuro Governo, mas apenas se for para responder ao que importa. Ou seja, aos trabalhadores e ao povo, e não aos grandes grupos económicos.
"Temos de responder é à viabilidade da vida daqueles que trabalham por turnos, em laboração contínua, das creches, dos lares que faltam, dos meios para o SNS, a resposta à habitação. É a isso que temos de responder. Se é para este caminho, contam connosco. Se é para manter o mesmo rumo, ainda que com caminhos diferentes, então, não vale a pena", vaticinou Paulo Raimundo.
No debate entre PS e CDU, na RTP1, o líder comunista acusou o PS de apresentar um programa que é "poucochinho", equiparando os socialistas à AD. Já Pedro Nuno Santos, numa crítica ao PCP, refere que só faz promessas que pode cumprir, reforçando que pretende aumentar o salário mínimo, mas apenas na medida em que a economia portuguesa permitir.
Depois de um fim de semana com várias urgências encerradas, Pedro Nuno Santos acusou Luís Montenegro de enganar os portugueses em matéria de saúde, na campanha eleitoral do ano passado.
"Temos hoje muitos mais problemas com serviços de urgência encerrados, mas sobretudo há uma diferença e um choque entre a realidade que temos um ano depois de Luís Montenegro ter assumido funções com aquilo que ele próprio tinha prometido", atira.
Defende ainda que SNS "é o único serviço" com o qual os portugueses podem contar: "Não nos pergunta se temos dinheiro, qual é a doença, se conseguem ou não. Um hospital público nunca diz que não a ninguém." Admite que existem "problemas", mas sublinha que é preciso enfrentá-los. Pedro Nuno Santos aponta desde logo a dificuldade em fixar profissionais de saúde e, por isso, propõe que se valorizem carreiras, sejam dadas condições de alojamento, nomeadamente nas áreas de maior pressão imobiliária.
Já Paulo Raimundo defendeu que o PS perdeu uma oportunidade para resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde durante a geringonça. Ainda que reconheça que a resolução de todos os problemas seria impossível, aponta que hoje poderia haver uma "situação completamente diferente" daquela a que chegou o país.
Pedro Nuno vê “fase diferente” na imigração: defende entrada regulada e legal
Em matéria de imigração, Paulo Raimundo defendeu uma imigração regulada e lamentou as várias propostas do PCP que acabaram chumbadas. Pedro Nuno Santos fala numa política regulada e humanista e nota que o país está "numa nova fase", pelo que é necessário assegurar que a entrada de imigrantes se faz por vias regulares e legais.
"O Governo tem usado a política de migração e os dados da imigração para fazer campanha eleitoral ao longo desta campanha. Agora, temos de em cada momento olhar para a realidade e adaptarmos às vezes as nossas políticas, no que diz respeito a essa realidade", explica.