Esta manhã, durante as Jornadas Parlamentares que decorrem em Coimbra, o PCP foi à Lousã e fez a viagem de autocarro que centenas de pessoas fazem todos os dias.
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O PCP espera o regresso do comboio ao ramal da Lousã, com a resolução aprovada há uma semana, e proposta pelo partido comunista, que aponta para a modernização, requalificação e eletrificação do ramal da Lousã, para repor o comboio, que há sete anos foi retirado com a promessa do Metro Mondego.
Esta manhã, o PCP fez a viagem de autocarro que centenas de pessoas têm de fazer diariamente. Um autocarro cheio, muitas curvas da Lousã até Coimbra, uma viagem de uma hora e dez minutos, que, de comboio, durava cerca de meia hora.
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O Partido Comunista espera o regresso do comboio e apelida a retirada dos comboios no Ramal da Lousã como uma "decisão errada" e de "um erro para a economia local".
É na estação do comboio que os passageiros esperam pelo autocarro. O bilhete na mão é passado pela CP - Comboios de Portugal - e quem faz a viagem todos os dias, por uma estrada às curvas, paralela à estrutura criada para o Metro Mondego, tem esperança que um dia o comboio possa voltar.
É o caso de Madalena Ventura: "O comboio deixa muitas saudades e não tem nada a ver com os autocarros, porque muitos avariam, outros vêm atrasados. Não sei porquê, mas ainda tenho esperança".
O Ramal da Lousã servia as populações dos concelhos de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo. Nas paragens sinalizadas a laranja, com o símbolo Metro Mondego, continuam, nos mesmos horários a parar autocarros.
"Confirmou a decisão errada que foi a de parar a circulação de comboios no ramal da Lousã, confirmam a decisão errada do levantamento dos carris da linha, e do desenvolvimento do projeto do Metro do Mondego, que apenas serviu para prejudicar as populações que ficaram sem comboio", diz João Oliveira do PCP.
Segundo o dirigente comunista, a transformação do Ramal da Lousã em Metro Mondego foi apenas um pretexto para pôr fim ao transporte ferroviário.
Espera que a resolução agora aprovada, e proposta do PCP, signifique a reposição da ferrovia. "Vamos continuar a intervir na Assembleia da República, exigindo que seja cumprido aquilo que foi aprovado".
É o que espera também o Movimento Lousã pelo Ramal. Maria Celeste Nunes ironiza a situação: "houve uma reivindicação enorme aqui numa zona para se ter um apeadeiro porque o comboio passava lá e não havia apeadeiro. Agora, há um apeadeiro, mas não há comboio".
E por isso mesmo, os populares inauguraram uma estátua-viva no local do apeadeiro, a figura está sentada à espera da chegada do comboio à Lousã.
O comboio foi retirado do ramal da Lousã há sete anos, com a promessa de transformar a ferrovia numa das linhas do Metro Mondego, que nunca chegou a avançar.
A proposta de resolução do Partido Comunista, que aponta para a modernização, requalificação e eletrificação do ramal da Lousã, foi aprovada com os votos contra do PS, e publicada em Diário da República a 3 de abril. O PCP espera agora que o ministério do Planeamento e Infraestruturas cumpra a decisão da Assembleia e reponha, o mais breve possível, a ferrovia para a Lousã.