PCP “não prescinde” das presidenciais e terá “voz própria” no tempo certo: “Há frenesim e precipitação”
Paulo Raimundo reforça ainda que, nas eleições autárquicas, o PCP vai a votos em nome próprio
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O PCP não abdica das eleições presidenciais e terá “uma voz” na corrida pela sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, embora não revele, para já, se vai ser um militante do partido. Paulo Raimundo não coloca de parte apoiar um candidato independente, embora admita que “não será fácil” encontrar um perfil que encaixe nas diretrizes do PCP. No final da reunião do Comité Central, que começou no sábado, Paulo Raimundo criticou a precipitação dos que já se apresentam para Belém.
Enquanto uns já entram em pré-campanha, os comunistas entendem que ainda não é o tempo certo e mantém em suspenso a batalha para as eleições presidenciais. Paulo Raimundo garante, no entanto, que o PCP terá voz.
“O PCP não prescinde de intervir nessa batalha eleitoral, e até acha que, perante a situação que está criada, perante os desenvolvimentos do ponto de vista económico e social, é uma emergência e uma necessidade que haja uma voz que coloque essas questões fundamentais durante o processo de toda a campanha e da batalha eleitoral”, acrescentou.
Até agora, os comunistas apresentaram sempre um militante do partido para as presidenciais e, em 2026, a história deve repetir-se. Paulo Raimundo admite que “não será fácil” que “apareça alguma voz” que possa “substituir a voz própria” do PCP.
Uma coisa é certa: para Paulo Raimundo, este não é o tempo certo. “Não temos um calendário definido, achamos que há um certo frenesim, uma certa precipitação de outros, mas isso cada um saberá”, apontou, três dias depois de Marques Mendes ter oficializado a candidatura.
Coligação em Lisboa? “Temos isso arrumado”
Antes das presidenciais, ainda há eleições autárquicas. E a candidata do Bloco de Esquerda a Lisboa, Carolina Serrão, deixou um apelo aos comunistas para que se juntem numa coligação de esquerda. Paulo Raimundo fecha a porta.
“Temos isso arrumado, estamos em campanha, temos candidatos apresentados, estamos na rua. Temos um compromisso para ir por diante”, atirou. Um “compromisso” com João Ferreira como cabeça de lista.
E para quem diz que o PCP vai sozinho a eleições autárquicas, Paulo Raimundo deixa um reparo: “Nós não estamos sozinhos, nós temos uma coligação democrática comunitária que envolve comunistas e ecologistas, muitos independentes, até gente de outras forças políticas que reconhecem a necessidade do papel insubstituível da CDU.”