Jerónimo de Sousa vai dizer ao primeiro-ministro, no debate quinzenal, que PCP "não se revê" na proposta. Comunistas defendem reformas por inteiro para 40 anos de descontos.
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Jerónimo de Sousa diz que a proposta do Governo de permitir a reforma sem penalizações a trabalhadores com 48 anos de descontos, "não corresponde aos anseios dos trabalhadores e defrauda as expectativas".
"Não nos revemos em tal proposta e continuamos a insistir que é necessária ainda este ano, uma resposta urgente que corresponda às justas expectativas dos trabalhadores", avisou Jerónimo de Sousa, na intervenção das jornadas parlamentares do PCP em Coimbra.
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O secretário-geral comunista promete voltar a questionar o primeiro-ministro no próximo debate quinzenal, na quarta-feira, lembrando que o PCP "propôs que um trabalhador com 40 anos de descontos tenha direito à reforma por inteiro sem penalizações, proposta que foi rejeitada por PS, PSD e CDS".
O PCP quer garantir que "a resposta vá o mais longe possível, trazendo justiça para o maior número de trabalhadores".
De acordo com a proposta do Governo, os trabalhadores com carreiras contributivas entre os 41 e os 47 anos vão ter uma idade de reforma própria, com uma redução entre os 4 meses e os 3 anos em relação à idade de reforma atual (antes dos 66 anos e três meses).
Na intervenção de abertura das jornadas, Jerónimo de Sousa sublinhou que o "principal défice é de produção".
"Não é o défice das contas públicas, o grande problema do país como se poderia deduzir pela induzida e forçada atenção e nada inocente centralidade que assume no quadro do conjunto do problemas nacionais", ironizou o secretário-geral comunista.
Oposição à venda do Novo Banco
Jerónimo de Sousa voltou a criticar a opção do Governo de acordar a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.
"Esta entrega do Novo Banco que o Governo PS quer agora concretizar é a opção defendida desde o início por PSD e CDS. É uma opção que prejudica o país e o povo e é, por isso, uma opção que o PCP rejeita. Para integrar o Novo Banco no setor público contam com a nossa força e a nossa iniciativa. Para entregar o banco a grupos privados e passar a fatura ao povo, sabem que contarão com a nossa oposição", sublinhou o líder do PCP.