Os comunistas querem agendar uma recomendação ao Governo para que o Novo Banco permaneça na esfera pública. Miguel Tiago diz que com venda pode ocorrer "um novo BPN".
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Contra a "socialização dos prejuízos" com a venda do Novo Banco, o PCP agita um projeto de resolução, entregue em fevereiro do ano passado, mas que nunca chegou a ser debatido.
Em conferência de imprensa, o deputado comunista Miguel Tiago admitiu que o acordo firmado entre o PCP e o PS não "contempla nenhum aspeto sobre o sistema financeiro" e que são conhecidas as "divergências de fundo" de ambos os partidos sobre o tema.
No entanto, o PCP insiste "no controlo público da banca", considerando que a entrega do Novo Banco a privados "significaria que mais de 60% do capital bancário seria detido por grupos estrangeiros", o que teria consequências políticas e inclusive a nível da "soberania" do país.
No entanto, Miguel Tiago avisa que a eventual nacionalização deve traçar os limites do prejuízo.
"Não estamos a defender a nacionalização do prejuízo mas da instituição bancária, de modo a que o prejuízo seja colocado à margem".
"Há bens que "podem ser chamados a pagar a fatura. Não é justo que se tenham comprado hotéis, quintas e contas milionárias em offshores com o dinheiro do banco, e não se possa tocar no grupo. Ainda existe muito capital e património que pode ser chamado a pagar o prejuízo do banco, defendeu o deputado do PCP.
Na quarta-feira, o Banco de Portugal informou que o fundo norte-americano Lone Star é a entidade mais bem colocada para comprar o Novo Banco.
No início da semana, o ministro Mário Centeno, em entrevista à TSF e ao DN, admitia todos os cenários, incluindo o da nacionalização.