PCP quer que Marcelo ouça "novamente os partidos" quando votos dos emigrantes estiverem contados
A deputada do PCP Paula Santos sublinha que o resultado eleitoral ainda está “em aberto”.
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O PCP defendeu esta sexta-feira que o Presidente da República deve voltar a ouvir os partidos políticos quando todos os votos dos emigrantes estiverem contados, tal como “manda a constituição”.
Numa intervenção no Fórum TSF, a deputada Paula Santos começou por considerar “urgente” resolver os problemas dos salários, das pensões, da saúde e da habitação em Portugal, argumentando que o programa da AD não dá as respostas necessárias.
O PCP já anunciou que vai apresentar uma moção de rejeição a um Governo de direita e, ainda que reconheça que decisão “é uma responsabilidade do Presidente da República”, Paula Santos lembrou que o resultado eleitoral ainda está “em aberto”.
“Aquilo que a nossa Constituição coloca é que o Presidente deve ouvir os partidos em função dos resultados em definitivo e, portanto, terá que ouvir novamente os partidos, tendo em conta já os resultados apurados em definitivo”, notou.
A mesma opinião não é partilhada pelo secretário do Conselho das Comunidades Portuguesas. Também no Fórum TSF, Manuel Coelho considerou que, assim, Marcelo fica “pelo menos a saber antemão a opinião dos partidos” e, por outro lado, "os votos dos emigrantes, embora possam mexer aqui e ali em algum resultado, em nada vão influenciar ou alterar esta audição do Presidente da República com os partidos políticos”.
Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir até dia 20 os partidos e coligações que obtiveram representação parlamentar nas eleições legislativas de domingo.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, transmitiu ao Presidente da República que os comunistas usarão "todos os meios", institucionais e de "ação e combate", para que o "projeto de retrocesso da direita" não seja concretizado.
Estas audiências estão a decorrer numa altura em que ainda falta contabilizar os resultados dos dois círculos da emigração, da Europa e de Fora da Europa, que elegem cada um dois deputados.
De acordo com os resultados provisórios divulgados pela Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, a Aliança Democrática (AD), que concorreu no continente e nos Açores, elegeu 76 deputados.
Somando a estes resultados os três eleitos obtidos na Madeira por PSD e CDS-PP, que concorreram juntos nesta região, sem o PPM, através da coligação Madeira Primeiro, dá um total de 79 mandatos - 77 do PSD e 2 do CDS-PP.
O PS elegeu no domingo 77 deputados.