PCP quer rever PDM de Lisboa: "A cidade não pode ser pensada unicamente dentro dos seus limites administrativos"
João Ferreira explica à TSF que Lisboa "tem de ser pensada e planeada em articulação com a área metropolitana em que se insere"
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O PCP quer rever o Plano Diretor Municipal (PDM) de Lisboa que vigora desde 2012. O vereador e candidato comunista às próximas autárquicas na capital entende que a cidade é muito diferente do que era há dez anos e apresenta a ideia alicerçada em cinco objetivos.
"Num primeiro objetivo, habitação: enfrentar a crise habitacional em Lisboa. Um segundo objetivo, a mobilidade: contribuir para implementar um sistema de mobilidade, seja articulado à escala metropolitana e assente no transporte público. Um terceiro grande objetivo, a sustentabilidade ambiental e a resposta às alterações climáticas. Um quarto objetivo, definir uma rede coerente e alargada de equipamentos sociais, culturais, desportivos, de abastecimento, de segurança. E um quinto objetivo tem que ver com o necessário enquadramento de Lisboa no contexto da área metropolitana", explica João Ferreira à TSF.
Para o comunista, a cidade mudou muito nos últimos dez anos: "Hoje a cidade não pode ser pensada unicamente dentro dos seus limites administrativos. Tem de ser pensada e planeada em articulação com a área metropolitana em que se insere e isto é importante para efeitos de grandes investimentos estratégicos, como o novo aeroporto de Lisboa, a terceira travessia do Tejo, entre outros."
João Ferreira defende a existência de cinco grandes debates, cada um com um tema, e defende que há um consenso entre os partidos em relação à revisão do PDM de Lisboa.
"Temos o exemplo das cheias que normalmente despertam o debate sobre uma errada ocupação do solo da cidade, a excessiva impermeabilização do solo, quando temos problemas ao nível de desregulação, por exemplo, da oferta coleira ou do alojamento local. Estamos sempre a falar em todos estes casos de questões que têm que ver com o planeamento que é feito da cidade. Nós temos um PDM neste momento que muito em linha com a visão liberal cidade, basicamente liberalizou os usos do solo na cidade, ou seja, é fundamentalmente o mercado, o promotor imobiliário, quem determina os usos do solo na cidade. Isto traz um conflito de usos que hoje é patente em Lisboa. Esse conflito torna-se patente. Nós precisamos de pôr em causa esta visão liberal, segundo a qual nenhum plano é melhor do que plano nenhum", reflete o comunista.
O PCP apresente a proposta de revisão do PDM de Lisboa na tarde desta quinta-feira.