Pedro Calado elogia "tempo da Justiça" e deixa de fora plano de regressar à vida pública

Pedro Calado
Helder Santos/Aspres (arquivo)
O antigo presidente da Câmara do Funchal regressou este sábado à Madeira.
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O antigo presidente da Câmara do Funchal regressou este sábado à Madeira, após três semanas detido, enaltecendo o trabalho do Ministério Público (MP) na investigação. Pedro Calado anunciou ainda que vai regressar à vida privada e trabalhar em provar a sua inocência.
“É muito agradável regressar à nossa terra”, disse Pedro Calado, em declarações aos jornalistas, considerando que os dias em que esteve detido, ainda que "excessivo", traduzem “o tempo necessário, o tempo da Justiça”.
"Houve tempo para a acusação, houve tempo de recolha de provas, de apresentação, de análise... O juiz fez, na nossa opinião, um trabalho exemplar (...)", elogiou. Pedro Calado destacou ainda o trabalho dos polícias que, disse, "foram incansáveis".
Sobre o processo em curso, o ex-autarca da Madeira escusou-se comentar e apenas garantiu que não cometeu ilegalidades: “Isso tem sido mostrado. Vamos continuar a manifestar a nossa inocência. Não se misturam amizades com questões profissionais (...).”
Além disso, Pedro Calado deixou claro que não faz “mais intenções de exercer qualquer cargo público”.
"Não quero que nenhuma ação ou cargo político possa intervir no correto esclarecimento de tudo aquilo que tiver que ser esclarecido, razão pela qual renunciei ao mandato de presidente de câmara", disse.
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na sequência desta operação, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
Os três arguidos foram libertados na quarta-feira com termo de identidade e residência, três semanas após as detenções, por despacho do juiz de instrução criminal, que considerou não terem sido encontrados indícios da prática "de um qualquer crime".
Notícia atualizada às 15h26