Pedro Costa sem qualquer "expectativa" de cargo político, "o que não quer dizer que não possa acontecer"
À TSF, o presidente demissionário da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, em Lisboa, diz que vai "regressar ao setor privado".
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O até agora presidente da junta de freguesia lisboeta de Campo de Ourique, Pedro Costa, demitiu-se esta terça-feira do cargo e assegura que não tem qualquer expectativa de abraçar outro cargo político, "o que não quer dizer que não possa acontecer".
"Não há nenhum motivo político, não há nenhuma estratégia política nesta decisão. Vou regressar ao setor privado, abraçar desafios profissionais. Não há nenhum motivo político para esta decisão", garante o autarca em declarações à TSF.
Ainda assim, Pedro Costa, filho do ex-primeiro-ministro António Costa, não despreza nenhuma possibilidade: "Acho que ninguém deve dizer que desta água não beberei ou só quando Deus descer à Terra, porque depois se arrisca a ter de assumir que deus desceu à Terra ou que bebeu a água que nunca beberia. Tenho 33 anos, tenho muito tempo. Não tenho neste momento nenhuma expectativa, o que não quer dizer que não possa acontecer. Há muito tempo pela frente e não vale a pena tentar e ansiar por ciclos que não sabemos onde vêm e quando vêm."
O autarca diz que "há um motivo que é o momento de fechar um ciclo, é o momento de passar o testemunho, permitir que o executivo da junta de freguesia possa renovar a sua ambição, a sua criatividade, a sua força, a sua energia".
"Este é o motivo de apresentar a renúncia ao meu mandato. Um mandato que foi para mim uma grande honra poder cumprir e servir como autarca a freguesia de Campo de Ourique, mas é assim, como todas as missões da política, há um momento em que chegam ao fim e devemos ter a humildade de reconhecer a chegada desse momento", considera.
Pedro Costa ainda deixa queixas relativas a Carlos Moedas: "Dei conta ao senhor presidente da Câmara há alguns meses que entendia que havia um nível de conflito e tensão que estava a testar os meus limites daquilo que entendia ser o desrespeito institucional, que estava a ser votada a autarquia que presidia. Não nos últimos tempos. Não sinalizei essa questão ao senhor presidente da Câmara. Aquilo que sinalizei ao senhor presidente da Câmara, muitas vezes em público e, portanto, é visível nas minhas declarações públicas, tanto nas reuniões de Câmara como na reunião da Assembleia Municipal, é o protesto perante o silêncio do executivo municipal, isso sim. Isso não tem a ver obrigatoriamente com as condições do cumprimento do mandato."
O filho de António Costa vai ser substituído por Hugo Vieira da Silva na liderança da autarquia. "Foi uma grande honra poder cumprir estas funções. São quase oito anos a tempo inteiro em Campo de Ourique. São dez anos de funções executivas, como autarca de freguesia em Lisboa. É muito tempo, é muito tempo para quem tem 33 anos e, portanto, foi desgastante. Passar por uma pandemia foi muito difícil para quem era autarca, para quem era presidente de junta. Também não foi fácil esta transição de mandato, este desacertar de intenções entre o executivo municipal e os executivos da freguesia. Foi um processo desgastante, mas uma enorme honra poder tê-lo feito. Não podia pedir mais do que o que tive nestes quase dez anos", conclui.