Pedro Nuno acusa Governo de "esconder informação", Rui Rocha compra cenouras para a esquerda e Ventura regressa esta quinta-feira
Os partidos políticos entram esta quarta-feira no 11.º dia de campanha, com a AD no norte e o PS em Setúbal. O líder do Chega só regressa à campanha esta quinta-feira. Acompanhe tudo na TSF
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A porta-voz do PAN considerou hoje que a candidatura de Gouveia e Melo “faz parte da democracia”, mas ressalvou que as legislativas “são demasiado importantes” para se desviar agora o foco do debate político com as eleições presidenciais.
“O dia 18 de maio é demasiado importante para a vida dos portugueses para que seja de alguma forma menosprezado e para que não se coloque o foco naquilo que temos, a este tempo, que estar a discutir”, afirmou Inês de Sousa Real, após ser questionada sobre a oportunidade do anúncio da candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo, confirmada hoje.
A líder do PAN falava aos jornalistas após uma reunião com o conselho de administração do Hospital Garcia de Orta, em Setúbal, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições legislativas de domingo.
Inês de Sousa Real afirmou que o anúncio do ex-chefe do Estado Maior da Armada “faz parte da democracia”, mas que o foco do partido é dar “respostas aos portugueses para aquilo que, neste momento, vai condicionar a sua vida nos próximos quatro anos”, acrescentando que o PAN reserva comentários e decisões sobre o apoio a candidaturas presidenciais para depois das legislativas.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, recusou comentar o anúncio da candidatura de Henrique Gouveia e Melo à Presidência da República e preferiu focar-se das legislativas de domingo.
"Estamos a três ou quatro dias das eleições legislativas. Quer dizer, é um momento muito importante da nossa vida coletiva e nós precisamos que o povo português sinta esperança no país, no seu futuro, no futuro para os seus filhos. E é nisso que nós temos de estar concentrados, conseguir ter os portugueses connosco, e nós, cada dia que passa, sentimos que é possível nós ganharmos estas eleições, que nós vamos ganhar estas eleições, que os portugueses nos procuram à procura da esperança. Portanto, é nisso que estamos concentrados, em ter uma vitória e apelar a todos os portugueses. É isso que eu quero", disse o socialista.
"[Gouveia e Melo] geriu os tempos para o anúncio da sua candidatura e agora nós gerimos os tempos para comentar o seu anúncio de candidatura em plena campanha das eleições legislativas", declarou, à margem de um evento promovido pela representação diplomática da Palestina, em Portugal, referente aos 77 anos da Nakba, que conta também com a presença do deputado do PCP António Filipe, as socialistas Edite Estrela e Alexandra Leitão, o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, o capitão de Abril Mário Tomé.
O líder do Livre deixa ainda nota de que, quem quer ser Presidente da República, tem de aprender a respeitar os tempos dos diferentes órgãos de soberania. Quando questionado sobre se o anúncio do militar na reserva pode ser entendido como falta de sentido de Estado, Rui Tavares contorna a questão.
"Podemos tecer vários comentários acerca disso, mas só os teceremos depois de os portugueses escolherem a próxima Assembleia da República e o próximo Governo. Evidentemente que o timing é criticável. Mas eu só o criticarei depois das legislativas", reforça.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, admite que o timing do anúncio da candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República é "criticável", mas deixa para o fim das eleições legislativas qualquer tipo de apreciação sobre o assunto.
Inês Sousa Real quis chamar a atenção para as dificuldades que vivem as associações que cuidam de animais. A porta-voz do PAN visitou uma organização em Santa Bárbara de Nexe, no Algarve, onde a responsável pelo espaço expressou: "Que haja uma voz no Parlamento pelos animais..."
A líder do partido criticou ainda os apelos ao voto útil e lançou farpas a Montenegro após o ter ouvido afirmar que os “maiores defensores do ambiente e animais” são os agricultores. Tal declaração revela, diz Sousa Real, "um profundo desconhecimento daquela que é a realidade do país".
De bicicleta, meio de transporte que utiliza frequentemente nas suas deslocações, Rui Tavares assegurou ter uma condução segura para pedalar rumo a uma governação à esquerda, ao contrário da IL que "acelera muito, mas não sai do lugar".
Assumindo estar “com muito pedalada” nesta campanha eleitoral, o porta-voz do Livre, integrado num pelotão de mais de 20 pessoas, referiu que o partido pedala e avança com destino a um país que pretende mais justo, democrático, equilibrado e com uma governação íntegra.
A “equipa Livre” saiu da Alameda Afonso Henriques e foi até ao Terreiro do Paço, em Lisboa, acenando a bandeira dos direitos, da liberdade e da estabilidade e, questionada sobre qual o percurso a seguir, a resposta foi imediata: “Seguir em direção a uma alternativa de governação”.
“É importante as pessoas saberem qual é o nosso destino para não se perderem”, brincou Rui Tavares.
“Pelo caminho passamos por um cartaz da IL em que há uma bicicleta estática e na qual se pedala, se acelera muita, mas não se sai do lugar”, criticou o dirigente do Livre.
O líder da CDU considera que o anúncio da candidatura de Gouveia e Melo às presidenciais é uma "não notícia", porque já estava "definida há muitos meses".
"A notícia seria 'Gouveia e Melo não é candidato'", apontou Paulo Raimundo, em declarações aos jornalistas.
O comunista defende, contudo, que "quem escolhe o timing é o candidato".
O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva considera que Henrique Gouveia e Melo não percebe a diferença entre as eleições legislativas e as eleições presidenciais e, por isso, desconhece a Constituição.
"Não consigo compreender porque é que as pessoas dizem uma coisa num momento e dizem e fazem a coisa contrária no momento seguinte. E também não consigo perceber como é que as pessoas não têm um conhecimento mínimo da Constituição da República Portuguesa e não sabem fazer a distinção entre eleições", argumentou o socialista, apontado também ele como possível candidato à Presidência da República, numa arruada do PS em Setúbal.
O dirigente socialista Álvaro Beleza considerou esta quarta-feira que os eleitores vão escolher o “porto de abrigo que é o PS”, que “não se vende por votos”, e não arriscar num projeto da AD que “pode não correr nada bem”.
“Querem arriscar em algo que não sabem o que é, mas pelo que se vê, pode não correr nada bem? Querem apostar num porto de abrigo que é o PS, que tem muitos defeitos, tem, mas já nos conhecem, sabem como somos, e nunca falhamos, nunca desistimos, e não nos vendemos por votos”, questionou Álvaro Beleza, que se juntou hoje a um almoço comício na Costa da Caparica, Almada, Setúbal.
O líder da IL criticou esta quarta-feira Henrique Gouveia e Melo por querer ser o foco das atenções a três dias das eleições legislativas, considerando que é um mau começo para quem quer ser Presidente da República.
O ex-chefe do Estado Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo confirmou que é candidato à Presidência da República nas eleições do próximo ano e vai apresentar a sua candidatura em 29 de maio, avançou a Rádio Renascença.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita a uma empresa metalomecânica em Pombal, distrito de Leiria, Rui Rocha disse não querer “fazer grandes comentários” sobre o assunto, porque se está neste momento a “decidir o futuro parlamento do país”.
O líder do PSD, Luís Montenegro, disse esta quarta-feira que a AD é "a candidatura do povo português" e aposta na bipolarização das eleições, afirmando que só há dois grandes projetos.
"Por mais que tentem, há uma coisa que é indiscutível: esta é verdadeiramente a candidatura mais popular, mais abrangente, mais interclassista. É mesmo a candidatura do povo português. É esta não é mais nenhuma, é esta", disse o primeiro-ministro num comício em Vila Verde, no distrito de Braga.
Na reta final da campanha, a CDU percebeu que, à hora de almoço, nada melhor do que uma cantina universitária. Na fila para o almoço na Universidade de Lisboa, Paulo Raimundo anda de braço em braço, a tirar selfies. Tantas que parece estar em competição com o rei desta atividade, Marcelo Rebelo de Sousa.
"É muito difícil. É um campeonato que acho que não vou ganhar. Mais facilmente ganho o campeonato no fim de semana do que isso", brinca Paulo Raimundo.
Ainda há muita selfie a tirar para chegar aos calcanhares do Presidente, mas aqui também há queixas: "O que é que acha do preço da refeição social? Acabei de pagar 3,90€."
Raimundo responde que o país precisa de "caminhar para um sistema" em que o acesso ao Ensino Superior e às refeições seja "gratuito".
O líder dos comunistas está, assim, em casa, mas não só. Também está em família, quando abraça e beija um dos estudantes. "É o meu filho mais velho", esclarece, apontando que, como já não o via há 15 dias, pediu que o encontrasse na Cantina velha.
O candidato avança para a coxinha de frango com arroz, enquanto junto à caixa registadora, uma auxiliar de cozinha espera para lhe pedir mais uma selfie e propor uma sobremesa.
Rui Rocha acusa Pedro Nuno Santos de estar "a anunciar ao país a derrota da esquerda nas próximas eleições". Na resposta ao secretário-geral do PS, que tem advertido que uma governação da AD e IL seria uma “mistura explosiva”, o líder da IL fala de "ataques sucessivos" que têm por base "falsidade e mentiras".
Durante a visita ao Mercado da Vila, em Cascais, o presidente da Iniciativa Liberal comprou cenouras para a esquerda. Rui Rocha acha que a oposição precisa de vitaminas.
Pedro Nuno Santos considera que "o Governo fracassou em toda a linha na redução do número de alunos sem professor". O secretário-geral do PS acusa ainda a AD de "esconder a informação", não só na Educação, mas também com outras auditorias, como o caso do INEM.
Luís Montenegro foi a Arcos de Valdevez repetir os argumentos de que a oposição promove "a instabilidade como modo de vida", associando a AD à estabilidade em todas as suas vertentes.
Quanto mais votos a AD tiver, maior estabilidade há em Portugal. Quanto mais votos forem dispersos pelos partidos de oposição, maior instabilidade haverá em Portugal. A estabilidade é a nossa forma de estar e a instabilidade é o modo de vida das oposições.
O presidente do Chega, André Ventura, não estará presente na arruada prevista para esta quarta-feira à tarde, e o partido prevê que regresse na quinta-feira à campanha.
Em comunicado, o partido indica que André Ventura "não se encontra ainda em condições de voltar a uma atividade física imediata, estando ainda em processo de recuperação e repouso por indicação médica".
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Chega disse que a previsão é que o líder do partido possa regressar na quinta-feira à campanha eleitoral para as eleições legislativas de 28 de maio.
Para esta tarde, estava prevista uma arruada em Vila Nova de Milfontes, em Beja. A mesma fonte indicou que estarão presentes o líder parlamentar, Pedro Pinto, e o cabeça de lista pelo círculo de Beja, Rui Cristina, além de outros dirigentes.
Na quinta-feira, a agenda do Chega inclui uma arruada em Odemira ao final da manhã e outra em Pegões à tarde.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, diz à TSF que é uma "contingência lamentável" o facto dos boletins de voto enviados para os emigrantes não terem chegado ao destino. O Jornal de Notícias dá conta de que milhares de eleitores não vão conseguir votar por causa desta situação motivada por atrasos nos correios. Países fora da Europa são os mais prejudicados.
Por sua vez, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) assinala igualmente que é "preocupante" que haja emigrantes a não conseguir votar. À TSF, André Wemans admite que conhece alguns problemas "pontuais" e está a acompanhar o processo.
Palavras de Pedro Nuno Santos, que esteve nesta manhã de quarta-feira no mercado do Livramento, em Setúbal, onde se cruzou com a comitiva do ADN, liderada por Joana Amaral Dias. Trocaram algumas palavras.
Saiba o que está em causa: Número de alunos sem professor? Governo diz que "não é possível contabilizar de forma rigorosa"
O líder do Chega saiu do hospital pelas 09h44 desta quarta-feira. À saída, André Ventura não prestou declarações aos jornalistas.
O líder do Chega, André Ventura, "passou bem" a noite, depois de se ter sentido mal na terça-feira à noite, enquanto discursava num jantar-comício em Tavira, e espera ter alta do Hospital de Faro "nas próximas horas".
Numa publicação nas redes sociais, acompanhada por uma fotografia em que surge deitado na cama do hospital de Faro, André Ventura diz estar a "ser muito bem tratado" e que espera "ter alta nas próximas horas".
As 'caravanas' dos partidos entram esta quarta-feira no 11.º dia de campanha, com a AD no norte, o PS em Setúbal e a agenda do líder do Chega cancelada de manhã, devendo ser retomada ao final da tarde.
Depois de ter sido transportado para o Hospital de Faro na noite de terça-feira, após se ter sentido mal quando discursava num comício em Tavira, André Ventura deverá retomar a campanha com uma arruada em Vila Nova de Milfontes, prevista para as 17:00.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, arranca o dia com uma ação de rua junto ao Mercado Municipal de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, seguindo depois para o distrito de Braga, onde tem previsto um almoço em Vila Verde.
Da parte da tarde, a comitiva da AD, coligação que junta PSD e CDS-PP, vai ter um contacto com a população, terminando o dia com um comício no Theatro Circo.
A 'caravana' do PS estará no distrito de Setúbal, com o secretário-geral, Pedro Nuno Santos, a começar o dia numa visita ao Mercado do Livramento, seguindo depois para um almoço num hotel na Costa da Caparica.
Da parte da tarde, a comitiva socialista contacta com a população na baixa setubalense e termina o dia com um comício.
Já a 'caravana' da IL começa o dia com uma visita ao Mercado da Vila, em Cascais, distrito de Lisboa. Da parte da tarde, sobe para o distrito de Leiria, onde Rui Rocha vai visitar uma empresa em Pombal.
Ao final do dia, os liberais têm ainda previsto um jantar comício em Leiria.
Mais a norte, estará a comitiva do BE, que tem um encontro da parte da tarde com trabalhadores por turnos em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro. O 11.º dia de campanha dos bloquistas termina com um comício no Auditório do IPDJ, em Aveiro.
Tal como a IL, também a CDU (PCP/PEV) tem agenda no distrito de Lisboa, começando o dia com um contacto com a população na zona de Moscavide.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, segue depois para um almoço com estudantes na Cantina Velha da Universidade de Lisboa e à tarde vai estar num desfile em Setúbal.
O Livre dedica o dia à capital, com Rui Tavares a começar o dia numa ação de rua ente o Saldanha e a Alameda, seguindo depois daí para um passeio de bicicleta até ao Terreiro do Paço.
O dia da campanha do Livre termina na Casa do Alentejo, onde decorrerá uma iniciativa de solidariedade para com o povo palestiniano.
A porta-voz do PAN tem um dia preenchido entre Faro e Almada. Da parte da manhã, Inês de Sousa Real vai visitar a associação Coração 100 Dono, em Faro, segundo depois para o mercado municipal da cidade. Antes de almoço vai ainda distribuir panfletos nas ruas centrais.
O secretário-geral do PCP desafiou na terça-feira, em Coimbra, o Governo a dizer quantos alunos ainda estão sem professor, acusando o executivo liderado por Montenegro de ter uma “oleada” máquina de propaganda.
“Fica aqui à sugestão, ao Ministério da Educação, ao Governo, que venha dizer qual é, de facto, hoje, qual é o número ainda de alunos sem professor. Fica o desafio, pode ser que desta vez o Governo responda”, disse Paulo Raimundo.
O histórico bloquista Francisco Louçã apelou esta terça-feira ao voto dos socialistas que querem um Governo de esquerda e acusou o PS de trair os seus eleitores ao pedir reciprocidade à AD num cenário em que vença as eleições com minoria.
"Os socialistas que quiserem um governo que imponha, que lute, que procure justiça fiscal, que combata a desigualdade, compromisso para que haja os recursos necessários para as urgências com os profissionais de saúde, para que as escolas possam funcionar na sua diversidade e no seu encanto, aqueles e aquelas eleitores socialistas que querem que haja uma solução à esquerda, têm uma garantia no voto no BE. E isso é estabilidade", apelou.
O cabeça de lista do BE por Braga, que regressa às listas do partido mais de uma década depois, discursava num comício no pequeno auditório do Theatro Circo, no distrito de Braga, que contou com lotação esgotada.
O líder do PS considerou na terça-feira à noite que o país não precisa de “uma AD maior”, mas “um Governo melhor”, e que pretende travar “a coligação radical” de direita que quer acelerar “contra uma parede” e levar os portugueses com eles.
Pedro Nuno Santos fez na noite de terça-feira um longo discurso na Aula Magna, em Lisboa - que disse que quando vê com esta participação o PS ganha as eleições - um comício que juntou os principais rostos socialistas, inclusivamente o ex-ministro das Finanças Fernando Medina.
“A AD falhou na governação e falhou onde não podia falhar”, acusou, considerando que “o país não precisa de uma AD maior, o país precisa de um Governo melhor”.
O presidente do PSD procurou na terça-feira bipolarizar o cenário eleitoral de domingo, considerando que a escolha é entre uma maioria que constrói, com estabilidade política, ou uma maioria que destrói, tendo apelado ao voto útil na AD.
Luís Montenegro falava no encerramento do jantar comício da AD – coligação PSD/CDS nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, numa parte do discurso em que retomou a ideia de que Portugal precisa urgentemente de estabilidade política.
“No próximo domingo só há duas maiorias possíveis: há uma possível da AD, que constrói; e a outra maioria possível das oposições, todas juntas, da ponta direita à esquerda, a maioria que destrói. São as duas maiorias que se podem formar no próximo domingo”, defendeu.
Bom dia! Abrimos este liveblog para acompanhar mais um dia de campanha eleitoral. Recorde aqui tudo o que aconteceu durante o dia de ontem.
