Pedro Nuno "condena" violência e pede "cautela" nas conclusões: "Não podemos ignorar que existe racismo"
Pedro Nuno Santos admite ainda que existe "violência policial", mas "não ignora" que as forças de segurança "trabalham em dificuldades"
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Pedro Nuno Santos admite que existe “racismo” e “excesso de força policial”, mas a palavra-chave, para o secretário-geral socialista, é “cautela”. Com críticas diretas a André Ventura, que “tem ausência de empatia” e “explora estes episódios” de violência, Pedro Nuno Santos alerta que falar antes de tempo não protege “a memória de quem morreu, nem o agente da PSP”.
O secretário-geral do PS falou pela primeira vez, em entrevista à RTP, sobre os episódios de violência em Lisboa, depois da morte de Odair Muniz, baleado pela polícia. Há um processo de averiguações em curso, lembrou o socialista, e os políticos devem esperar pelas conclusões.
“Não podemos ignorar que existe racismo, que existe violência policial e isso exige de todos nós cautela nas conclusões apressadas que se possam tirar sobre um caso que nós não conhecemos na sua globalidade. Há inquéritos, há uma investigação em curso, nós devemos esperar com serenidade para não corrermos o risco de sermos injustos com a memória de quem morreu, e com o agente da PSP”, sublinhou.
Apesar de admitir que existe “racismo” e “violência policial”, Pedro Nuno Santos também não ignora que “as forças policiais em Portugal trabalham ainda com problemas de condições de trabalho, com salários que não são altos, com dificuldades, com condições inaceitáveis do ponto de vista do seu alojamento”.
Os episódios de violência das últimas noites merecem, no entanto, a “condenação” de Pedro Nuno Santos. Embora a revolta possa ser “legítima”, não pode exceder os limites da lei.
“Os episódios de violência merecem condenação e, obviamente, todo o apoio para que seja reposta a ordem. A expressão dessa revolta é legítima, vivemos numa democracia. Às vezes ela é útil, mas não é útil quando é expressa através do incumprimento da lei”, alertou.