Pedro Nuno desafia Montenegro a esclarecer palavras sobre subsídio de desemprego: “Não é um favor do Estado”

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS
António Pedro Santos/Lusa
Na Guarda, Pedro Nuno Santos fechou o dia de campanha, pelo interior do país, com a companhia de Ana Mendes Godinho.
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Pedro Nuno Santos volta a apontar o dedo a Luís Montenegro e desta vez em tom de desafio. O líder da Aliança Democrática mostrou-se contra desempregados a ganharem mais do que trabalhadores ativos, o socialista esclarece que “é um direito de quem contribuiu” com impostos.
Na Guarda, Pedro Nuno Santos fechou o dia de campanha, pelo interior do país, já depois de um comício em Castelo Branco. A rouquidão na voz era notória, mas secretário-geral socialista não encurtou as palavras para apontar ao adversário.
“O subsídio de desempregado não é um favor do Estado a quem está desempregado. O subsídio de desemprego é um direito conquistado durante o trabalho”, lembrou.
A Aliança Democrática quer “um regresso ao passado”, avisa Pedro Nuno Santos, colocando “portugueses que têm emprego contra portugueses que não têm emprego”.
“Todos os trabalhadores descontam para ter proteção social, o subsídio de desemprego é uma prestação contributiva, isto é: resulta das contribuições que todos os meses os trabalhadores e os seus patrões vão fazendo”, sublinhou.
Pedro Nuno Santos desafia, por isso, Luís Montenegro a esclarecer o que quis dizer, já depois de Rui Tavares, deputado único do Livre, ter lançado o mesmo desafio.
A direita tem também alertado que “o país fica sempre mais pobre” com o PS no poder. E, numa noite em que Durão Barroso subiu ao palco da Aliança Democrática, o socialista recuou ao Governo 2002-2004.
“Quando o PSD de Durão Barroso iniciou funções em Portugal, a taxa de risco de pobreza subiu de 19% para 19,4%. Em 2005 entrámos nós em funções e durante esse período a taxa de pobreza baixou para 18%”, recordou. E o decréscimo também se sentiu nos governos de António Costa, depois da governação de Passos Coelho, acrescentou.
“Não queremos um remake” da direita
Na Guarda, a cabeça de lista, curiosamente, é a ministra do Trabalho e da Segurança Social. Ana Mendes Godinho comparou também as governações dos dois partidos, entre a “verdade” e a “mentira” de aumentos ou cortes nas pensões.
“A direita defende o capital e não quem trabalha. E não vale a pena desmentirem, porque nos lembramos o que fizeram na década passada quanto aos pensionistas, quanto aos salários, quantos aos feriados. Foi um filme de mentira e nós não queremos um remake”, atirou.
E o PS, sustenta, “não se esquece onde a direita esteve no verão e no inverno passado”: Não queremos voltar a ouvir que vivemos acima das nossas possibilidades”.