Pedro Nuno e Mortágua separados pelo voto útil, Tavares e Ventura em desacordo em tudo (incluindo nos "amigos estrangeiros")
A TSF acompanha os debates para as legislativas antecipadas de 18 de maio
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Termina mais um dia de debates televisivos para as legislativas. Para quarta-feira, o frente a frente é entre Paulo Raimundo e Rui Tavares, com transmissão na SIC Notícias a partir das 18h00.
Para fechar o liveblog, fique com o essencial dos debates desta terça-feira:
- <p>No debate entre o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, - a estreia de ambos nos frente a frente para as legislativas - habitação, defesa e imigração marcaram as principais diferenças entre os dois líderes, que concordaram nas críticas aquilo que consideram ser a inação do Governo português perante as tarifas dos Estados Unidos.</p>
- <p>Na reta final, o tema da governabilidade marcou duas visões distintas, com Pedro Nuno Santos a afirmar que "só haverá alternativa à AD se o PS vencer estas eleições", recordando que em 2024 o Presidente da República convidou o partido mais votado a formar Governo.</p>
Ventura acusa Livre de querer “bar aberto” no SNS, Tavares fala em “enorme injustiça”
- <p>O presidente do Chega acusou esta terça-feira o Livre de querer transformar o Serviço Nacional de Saúde num “bar aberto”, insistindo em restrições para imigrantes, e Rui Tavares contrapôs que tal seria uma “enorme injustiça” para quem trabalha no país.</p>
Questionada sobre um cenário de governabilidade à esquerda, Mariana Mortágua diz que "um primeiro lugar não determina nada" e lamenta que Pedro Nuno Santos esteja à espera da "bala de prata" de Luís Montenegro.
Mariana Mortágua não recusa, no entanto, disponibilidade para negociar acordos.
Já Pedro Nuno Santos insiste que "só haverá alternativa à AD se o PS vencer estas eleições" e apela à esquerda para que não se disperse.
O PS está à espera de governar com a viabilização de Montenegro, com um programa sem nenhuma medida diferente da que foi tentada até agora. (...) A estabilidade de que o país precisa faz-se dizendo a verdade: só baixamos os preços da Habitação controlando as rendas.
Sobre as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, Rui Tavares nota o caminho "de potências" para que o mundo está a caminhar e que a Europa deve saber adaptar-se.
Rui Tavares fala em Bolsonaro, em Marine Le Pen e também em Donald Trump para criticar a "bomba atómica" que está a ser colocada no mundo e que é, por sua vez, apoiada por partidos como o Chega.
Ventura questiona Rui Tavares sobre possível saída da NATO, mas o líder do Livre diz que "a grande questão hoje é saída dos Estados Unidos" e defende "a construção de uma comunidade europeia para a Defesa”.
Questionado sobre o apoio a Donald Trump, o presidente do Chega volta a mostrar-se do lado do Presidente dos Estados Unidos.
André Ventura diz que também na Europa "temos que proteger" os trabalhadores e garante que o partido está empenhado em "voltar a fazer Portugal grande novamente", numa referência ao slogan de campanha de Trump.
A nossa história não é para ser deitada fora por cultura LGBT.
Rui Tavares diz que é "preciso sair do buraco político" em que Portugal se encontra e defende um sistema parlamentar "mais puro". O Livre quer um Governo de maioria que permita a aprovação de medidas.
"O Chega teve 50 oportunidades", atira, deixando um apelo ao voto: "Se nas próximas o Livre for o partido que mais sobe e o Chega o que mais desce, estaremos a dar uma boa notícia a Portugal."
Em resposta, André Ventura diz que a diferença é que o própria, como presidente do Chega, "é candidato a primeiro-ministro", enquanto o Livre está a discutir uns cinco lugares: "Votar no Livre é não acrescentar nada."
Para o Chega, a diferença reside ainda na atribuição de casas que, argumenta, para o Livre "são para as comunidades ciganas".
Em matéria de Saúde, o Livre fala no programa "Regressar" para fazer crescer, por exemplo, as ULS de modelo B. Sobre as parcerias com o privado, Rui Tavares nota que "o SNS está a lutar com uma venda nos olhos e a mão atada atrás das costas" e exige transparência.
Já sobre o acesso de imigrantes a SNS, o Livre diz que seria "uma enorme injustiça" vedar o acesso.
Ventura interrompe Rui Tavares para dizer que o SNS é um "bar aberto" e insiste em políticas de imigração mais restritivas.
Estão agora André Ventura e Rui Tavares frente a frente. O primeiro tema é a Saúde, mas o presidente do Chega foge para a imigração.
"Nós avisámos para o caos. A culpa disto é de partidos como o Livre", atira, considerando que Governo está a "lançar um caminho perigoso" com reflexos também na Saúde.
"Quem está nos hospitais sabe do que estou a falar. (...) Não podemos continuar a ter indianos, paquistaneses e marroquinos a virem para cá tratar-se ou ter filhos. Não podemos ter quem quiser a tratar-se cá", defende.
Sobre as tarifas anunciads pelos Estados Unidos, o secretário-geral do PS lamenta o silêncio do Governo: "Não vimos uma única palavra." Também a bloquista criticou a postura do Executivo de Luís Montenegro.
Pedro Nuno Santos responde no debate às acusações de Leitão Amaro, que esta terça-feira responsabilizou o PS pelo aumento da imigração "descontrolada". Para o líder socialista, o Governo atravessou "a linha do aceitável" com um ato "de propaganda" e "ataque" ao anterior Executivo socialista.
Ainda assim, Pedro Nuno Santos entende que a imigração é uma "matéria onde é possível consensos” com a AD.
Em matéria de Habitação, os partidos estão em desacordo. Se para o BE, a construção não é uma solução, para o PS é necessário investir no programa de construção pública.
Mariana Mortágua considera que é preciso baixar as rendas e acusa Pedro Nuno Santos de fazer “pedagogia” a dizer que “os princípios da esquerda são impossíveis".
Do lado do PS, o líder Pedro Nuno Santos refere-se à proposta do BE sobre o teto às rendas e atira: "Há medidas que no papel soam bem, mas têm problemas de aplicabilidade prática.”
Os socialistas deixam ainda criticas ao Governo: “Muitos jovens estão finalmente a receber os apoios de setembro de uma só vez. Foi preciso haver umas eleições para pagar o apoio aos jovens que aguardavam desde setembro."
Ambos temos mais a dizer do que o primeiro-ministro disse até agora. (Mariana Mortágua)
Para os socialistas, o país precisa de um “programa de proteção da nossa indústria” e de olhar para "outros pontos do globo", como América do Sul e África.
Do lado do BE, Mariana Mortágua considera que a Comissão Europeia e o Governo estão “atarantados” e não sabem o que fazer perante o “ataque de Donald Trump às tarifas”.
O debate arranca com o tema da Defesa em cima da mesa. Para os socialistas, "é impensável" que o investimento nesta área ponha em causa o Estado Social.
Pedro Nuno Santos nota a despesa "tem consequências" e que a "UE desde a pandemia que foi percebendo a sua dependência" em vários setores e, por isso, para diminuir esta independência, é necessário ter “maior autonomia".
O líder do PS recusa que exista uma "corrida para a guerra” e argumenta que "investir na defesa é essencial para preservarmos a UE tal como a conhecemos”.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, diz que a "UE não precisa de mais armas", considerando que “dificilmente” o investimento não vai prejudicar o Estado Social.
É o segundo dia de debates televisivos. Esta terça-feira PS e BE estão frente a frente, na SIC, a partir das 21h00. Segue-se o debate entre Chega e Livre, com transmissão na RTP3, a partir das 22h00.
Pode recordar aqui o essencial dos debates de segunda-feira e conferir as datas para os restantes confrontos.
Acompanhe tudo com a TSF.
Irresponsabilidade é dizer que temos de comprar e construir mais armas, e que pomos em causa o dinheiro para combater as alterações climáticas, e apresentar essa como uma posição responsável.
