Pedro Nuno espera telefonema de Montenegro para negociar OE: "Iniciativa é do Governo"
Pedro Nuno Santos está mandatado para negociar o Orçamento com o Governo
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Apesar de mandatado pelo PS, Pedro Nuno Santos vai esperar pela iniciativa do Governo para a negociação do Orçamento do Estado. O secretário-geral do PS recebeu luz verde da comissão política para se sentar à mesa das negociações, mas coloca a bola do lado de Luís Montenegro.
“Este mandato é para gerirmos o processo orçamental”, disse Pedro Nuno Santos à saída da reunião, no Largo do Rato, explicando que este é um processo “habitual” quando o PS está na oposição.
Foi Pedro Nuno Santos que pediu o mandato, aprovado pelos membros da comissão política, mas não será o PS a dar o passo essencial para encetar as negociações. A iniciativa, na ótica socialista, tem de partir do Governo.
“A iniciativa é do Governo, portanto, o PS espera pela iniciativa do Governo. O orçamento não é apresentado por nós, não é feito por nós e, portanto, a iniciativa dependerá do Governo”, respondeu o socialista.
Ou seja, tem de ser Luís Montenegro a pegar no telefone para ligar a Pedro Nuno Santos. E a quatro meses da apresentação do Orçamento do Estado, o socialista espera uma aproximação do Governo às políticas do PS.
“Estanharia que isso não acontecesse. De qualquer forma, a iniciativa é do Governo. Esperaremos”, acrescentou.
Pedro Nuno Santos aguarda, por isso, que o telefone toque, embora esteja oficialmente mandatado pelo PS para negociar um Orçamento que está longe de ter a aprovação garantida no Parlamento (a AD conta com 80 deputados e precisa do apoio do Chega ou do PS).
Vozes críticas? Reunião com ausências
A comissão política nacional do PS ficou, claro está, marcada pela discussão em torno do Orçamento do Estado e, de acordo com relatos à TSF de membros na reunião, não se ouviram vozes críticas a Pedro Nuno Santos, embora nos últimos dias tenham soado alarmes, no jornal Público, quanto à estratégia do secretário-geral socialista.
Houve também vários ausentes, desde logo, o antigo candidato à liderança do partido, José Luís Carneiro, que não marcou presença no Largo do Rato.