Pedro Nuno interrompido, mas não vencido: prevê descer Avenida da Liberdade como primeiro-ministro

António Pedro Santos/Lusa
Pedro Nuno Santos foi interrompido por ativistas pelo fim ao fóssil.
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António Costa e Pedro Nuno Santos, lado a lado, na primeira fila, mas os percalços surgiram quando o candidato socialista subiu ao palco. Primeiro, uma mulher tentou entregar uma bíblia a Pedro Nuno Santos. Depois, por duas vezes, ativistas pelo fim ao fóssil pediram a palavra.
Na primeira resposta, Pedro Nuno Santos lembrou “o momento muito importante”, com eleições legislativas, pedindo “respeito uns pelos outros e ouvindo uns e outros”. Os ativistas foram rapidamente abafados pelos cerca de mil socialistas que assistiram ao comício na Aula Magna, em Lisboa.
E, à segunda vez, Pedro Nuno Santos pediu “calma e serenidade” aos “camaradas”, com os ânimos exaltados, gracejando depois: “Só preferia que quem tivesse de falar o fizesse de uma vez”.
O discurso fluiu, com o socialista a fazer o contraste com a direita, garantindo que com o PS a estabilidade económica servirá “para valorizar quem trabalha”. A 10 de março deve-se ainda “valorizar o legado de António Costa”.
Para o final do discurso, estava guardada a mensagem de destaque do secretário-geral socialista, mostrando-se convencido que, nos 50 anos do 25 de Abril, “vai descer a Avenida da Liberdade como primeiro-ministro”.
“Temos visto a esperança e a força na rua e em todo o lado. Este acreditar, esta força de que vamos continuar a mudar Portugal e a avançar. Que vamos celebrar os 50 anos do 25 de Abril com um primeiro-ministro que vai descer com orgulho a Avenida da Liberdade. Não podemos perder esta oportunidade”, atirou.
AD “martelou” programa macroeconómico
Na mesma linha de Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva apontou o dedo à Aliança Democrática, desde logo, ao programa macroeconómico da coligação, que “martelou” o crescimento para “se reconciliarem com o povo português”.
“Quando olhamos para o cenário macroeconómico do PSD, ficamos com aquela ligeira sensação de que escreveram uma lista de medidas e depois martelaram o crescimento até às medidas caberem lá”, acusou.
Mariana Vieira da Silva é a cabeça de lista do PS por Lisboa e, numa altura de balanços, deu nota positiva à governação socialista, que conseguiu “contrariar tudo o que a direita disse”, com resultados que “nunca” conseguiram alcançar.
A antiga ministra da Saúde, Marta Temido, também é candidata pelo PS, no círculo eleitoral de Lisboa, e acabou a falar de saúde embora tenha “prometido não o fazer”. Recuou a 2020, em tempo de pandemia.
“A resposta esteve na capacidade de termos um SNS forte, um Estado social forte, que protegeu o emprego e as empresas quando todas as outras portas se fecharam. Num cenário de incerteza, é mesmo o Estado social que não podemos perder”, disse.
Terminou com um forte apelo ao voto “no PS e em Pedro Nuno Santos”, que considera “a única escolha” para o futuro de Portugal.