Pedro Nuno “lamenta” declarações de Montenegro e pede clareza: “Pessoas devem saber o que lhes pode sair na rifa”
Dirigindo-se a Pedro Nuno Santos, Montenegro defendeu que “para se governar um país também é preciso ter estabilidade emocional”.
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Luís Montenegro considera que Pedro Nuno Santos não tem “estabilidade emocional” para ser primeiro-ministro e o socialista responde com um “lamento”. Os políticos devem “respeitar-se” mais, defende Pedro Nuno Santos, que apontou ainda às propostas da direita para os trabalhadores.
Logo na primeira ação do dia, em Sintra, no final da visita às obras do novo hospital do concelho, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre as palavras de Luís Montenegro: “Não deixa de ser caricato que, na mesma intervenção em que diz que não ataca os seus adversários e que fala dos problemas do país, dizer o que disse. Eu só lamento”.
Pedro Nuno Santos quer apenas debater propostas e ideias, por um “Portugal Inteiro” e “tem respeito pelos adversários políticos”. E a arma de arremesso foi o plano macroeconómico da AD, com indicadores que não estão previstos por nenhuma organização internacional.
“Perante o clima de incerteza que nós vivemos no futuro, essas previsões não se verificarem, onde é que o PSD e a AD vão cortar?”, questionou.
Salários? “Hoje estão em campanha e dizem tudo”
Mais tarde, num encontro com o “mundo do trabalho”, embora apenas com sindicalistas socialistas, o secretário-geral do PS voltou a apontar o dedo a Luís Montenegro que “quer recuar nos direitos de quem trabalha.”
“Os sinais que já temos da direita portuguesa é que se tivessem a oportunidade de governar, teríamos recuos nos avanços que conseguimos”, disse.
A legislação laboral “protege quem trabalha e garante liberdade”, salientou Pedro Nuno Santos, e pode “sofrer retrocessos” com a Aliança Democrática no poder. O socialista recuou no tempo para lembrar a resposta do PSD ao aumento do salário mínimo, que alertou para “o risco”.
“Hoje estão em campanha e dizem tudo. Dizem também que querem aumentar salários. Mas, na realidade, eles acham mesmo que os salários são um empecilho ao desenvolvimento económico, travam, atrasam e prejudicam”, acrescentou.
Pedro Nuno Santos lembrou também as declarações de Luís Montenegro que geram “alarme” sobre a descida do subsídio de desemprego ou nas progressões na Administração Pública, pedindo-lhe clareza nas declarações.
“Um primeiro-ministro, um candidato a primeiro-ministro e os restantes candidatos têm de dizer ao que vêm. Para as pessoas saberem o que lhes pode sair na rifa”, atirou.