Pedro Nuno lança sugestão em jeito de acusação: Governo terá tido apoio de empresa privada para plano da saúde
O contra-ataque de Pedro Nuno Santos às recentes medidas do Governo de Luís Montenegro
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Eleições europeias, mas o discurso de Pedro Nuno Santos centra-se no país e de mira apontada a Luís Montenegro. O socialista sugere que o Governo contratou uma empresa privada para elaborar o plano de emergência para a saúde, e questiona como foi contratada e a que informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) teve acesso.
No Porto, num comício que contou com cinco discursos (Francisco Assis e Marta Temido também discursaram), o PS recebeu também o candidato socialista à presidência da Comissão Europeia, Nicolas Schimdt.
Pedro Nuno Santos começou por utilizar “a palavra certa” para atacar o Governo, acusando-o de “desistir do SNS”, e de deixar o país “nas mãos do setor privado”. Mas a tónica estava guardada para a “aparente” colaboração de uma empresa privada na elaboração do programa.
“Aparentemente, tiveram a consultoria de uma empresa privada - eu digo aparentemente, por isso é que é uma pergunta - se este plano de emergência da saúde foi construído pelo Ministério da Saúde em parceria com alguma empresa privada”, questionou.
E acrescenta: “Este plano foi feito ou não com a cooperação de uma empresa privada na área da consultoria de saúde, de que forma é que essa empresa foi contratada, a que informação do SNS ela teve acesso”.
O contra-ataque de Pedro Nuno Santos às recentes medidas do Governo de Luís Montenegro que, de acordo com o socialista, “está a fazer o Orçamento do Estado em tempo de campanha eleitoral”, anunciado agora o que deveria ser anunciado apenas em novembro.
“Não há verdadeiro diálogo com a oposição. Há simulação de diálogo. É por isso que é tão importante ganharmos estas eleições. É importante por causa da Europa, é importante por causa de Portugal”, disse.
O aviso também para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem pressionado os partidos da oposição a viabilizarem o Orçamento, alertando para uma “crise política” que poderá colocar em causa a execução dos fundos europeus.
Nicolas Schmidt promete mais habitação (e ataca Von der Leyen)
Pedro Nuno Santos dividiu o protagonismo com Nicolas Schimdt, o candidato socialista à presidência da comissão Europeia, que deixou a promessa de apoiar as políticas de habitação em toda a Europa.
“Deixo aqui o compromisso de que vamos suportar as políticas de habitação em toda a Europa, com financiamento, mas também adaptando a legislação europeia”, garantiu.
O compromisso já depois do discurso de Marta Temido, em que também apontou o dedo a Ursula Von der Leyen por abrir a porta à extrema-direita, para conseguir votos suficientes para manter a presidência da Comissão Europeia.
“Não é o que considero defender os valores europeus”, exclamou.
Esses são valores que Marta Temido promete defender, desde logo, com uma Agenda Europeia do Progresso, “assente em três pilares que fazem toda a diferença”. “Casas, rendimentos do trabalho, e direitos de quem somos e de quem não desistimos de continuar a ser”, atirou.
Estão lançados os dados para o primeiro dia da votação, com o voto antecipado. Marta Temido deixou o apelo: “Amanhã é o primeiro dia em que vamos poder votar nestas eleições europeias, provavelmente as mais importantes das nossas vidas”.