Pedro Nuno não teme escrutínio, vai apresentar toda a documentação e desafia Montenegro a esclarecer tudo

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, garantiu esta quarta-feira que não teme o escrutínio do Ministério Público e dos portugueses, depois de aberta uma "averiguação preventiva" a dois imóveis seus, vai apresentar toda a documentação esta quinta-feira e desafiou Luís Montenegro a aproveitar para dar também todas as explicações sobre a Spinumviva e sobre a casa em Espinho.

"Os políticos têm de estar disponíveis para o escrutínio, sempre estive disponível. Quando um político evita a todo o custo o escrutínio, a desconfiança aumenta. Não é o meu caso", disse o líder socialista em conferência de imprensa, antes de deixar uma crítica ao primeiro-ministro: "Ao contrário de Luís Montenegro, não tenho medo do escrutínio do Ministério Público nem dos portugueses."

Pedro Nuno Santos assume a "surpresa" com a abertura desta averiguação preventiva e "estranha, como todos os portugueses, a coincidência e o momento da divulgação da notícia".

"Amanhã, a documentação estará disponível no site [da candidatura às legislativas] (...) Gostaria de ser ouvido já amanhã no Ministério Público. Quem não deve, não teme. Quem não teme, não foge", garante o líder da oposição, deixando o desafio a Luís Montenegro para "esclarecer o que ainda não esclareceu", nomeadamente sobre a empresa Spinumviva e sobre a casa em Espinho.

Pedro Nuno Santos também detalhou a compra das duas casas investigadas: "A casa em Telheiras, que comprei com a minha mulher no final de 2018, custou 740 mil euros e foi paga com um sinal de 92,5 mil euros de duas contas minhas e 647,5 mil euros de uma conta conjunta de ambas, sendo que 450 mil euros são um crédito à habitação que contraí e 197,5 mil euros da conta da minha mulher. Este crédito à habitação foi passado pouco tempo abatido com o produto da venda da minha casa na Praça das Flores."

Quanto à casa de Montemor-o-novo, o líder socialista explica que "foi comprada em fevereiro de 2022 por 570 mil euros".

"Foi pago um sinal de 57 mil euros de uma conta da minha mulher e os restantes 513 mil euros foram pagos da seguinte forma: cinco mil de uma conta da minha mulher e 508 mil de uma conta conjunta, sendo que 456 mil são resultado de um empréstimo que ainda hoje estamos a pagar", esclarece.