
Homem de Gouveia/Lusa
O líder socialista apela a mulheres e pensionistas que votem PS para que o país "não dê passos atrás".
Corpo do artigo
Pedro Nuno Santos diz-se “muito preocupado”. Primeiro, ouviu Luís Montenegro garantir que se demite caso tenha de cortar nas pensões, colocando a possibilidade em cima da mesa. Depois, foi o vice-presidente do CDS-PP e candidato pela Aliança Democrática (AD) deixar no ar um novo referendo ao aborto.
O socialista deixa, por isso, um apelo aos pensionistas e às mulheres para que votem no PS, a 10 de março, para que o país “não dê passos atrás”. Em Leiria, no primeiro de seis pontos de agenda, foi a direita a marcar a atualidade política.
"Eu fiquei mais preocupado, e acho que toda a gente, porque o líder do PSD diz ‘se tiver de cortar pensões’, mas se tiver porquê? Aquilo que nós mostrámos ao longo dos anos em que governámos é que não é preciso cortar. O que o líder do PSD nos está a dizer é que, ao primeiro aperto, são sempre os mesmos a ser atingidos. Não aprenderam nada. O líder do PSD não resolve nada com esta declaração, antes pelo contrário: ‘se tiver de cortar pensões, eu vou-me embora, venha outro’”, disse.
Pedro Nuno Santos “não quer dar a oportunidade ao PSD e à AD de ganharem” para que não exista a possibilidade de retrocesso, lembrando os tempos de pandemia, também de crise, mas sem cortes nos salários e nas pensões.
“Não há cortes, não tem de haver, não é assim que se resolve a crise. E nós já provámos que não é assim que se resolve a crise. Esse é que é mesmo o ponto”, acrescentou.
O PS “quer apontar para o futuro” o que não é, garante Pedro Nuno Santos, “azedume”. Nova resposta para o líder da Aliança Democrática que acusou Pedro Nuno Santos de fazer uma campanha “com base no medo” e azeda.
O vice-presidente do CDS e candidato pela AD, Paulo Núncio, deixou também no ar a possibilidade de um novo referendo ao aborto e o socialista “não ignora a questão”.
“É um assunto resolvido na sociedade portuguesa. Houve um referendo, o referendo foi vencido, e aquilo que nós vemos é uma AD a querer voltar para trás. Voltar para trás para onde? Ao tempo da prisão, ao tempo do risco de vida para a mulher, da criminalização e do risco de vida para a mulher? Porque esse tempo nós já o ultrapassámos. Nós queremos apontar para o futuro, não é apontar para o passado. Isto não se trata de azedume, trata-se de defender o que nós já conquistámos”, retorquiu.
Pedro Nuno Santos defendeu a legalização do aborto desde a primeira hora e esteve envolvido na campanha de 2007. Mas será que Luís Montenegro acompanha esta visão do CDS?
“Quem traz Pedro Passos Coelho para a campanha não fui eu, foi à AD. Quem faz uma coligação com o CDS não fomos nós, foi a AD, foi o líder do PSD. Essa separação não pode estar sempre a ser feita, nós somos responsáveis por quem trazemos para a nossa campanha, para o nosso projeto”, atir Pedro Nuno Santos.